terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Matador de Vacas (Palavra Pastoral - Agosto 2015)


Em seu famoso “Sermão da Montanha”, Jesus faz um importante alerta aos seus ouvintes: -  Onde estiver o seu tesouro, ali estará também teu coração (Mateus 6:21). Meditando nesta afirmação de Jesus, me ponho a pensar em como limitamos nossa capacidade de conquista, quando mantemos o nosso coração na famigerada zona de conforto, depositando ali, o que consideramos ser nosso maior tesouro. Quanto desperdício!

Às vezes, é preciso se desapegar daquilo que julgamos essencial, para poder abrir novas perspectivas. Ou seja, perder para ganhar...

Conta-se que certo vendedor, ao visitar a zona rural de sua cidade, observou um sitiante a beira do caminho vendendo alguns litros de leite, fruto de uma magérrima vaca que possuía. Puxou conversa e logo ficou conhecendo um pouquinho da história daquele gentil matuto. A vaca era sua única fonte de renda, e por isso, o sitiante agradecia aos céus todos os dias, pela vaquinha prendada com a qual fora tão abençoado, já que sem ela, não saberia o que fazer para sustentar sua casa. A pobreza era grande na residência do sitiante. Ele estava sempre muito mal-vestido, suas crianças eram magras e a esposa se mostrava desanimada e sem perspectiva. A situação financeira daquela gente era precária, e qualquer esperança de um futuro melhor era sumariamente esmagada pela dura e cruel realidade. O vendedor seguiu seu caminho pesaroso, triste pelo destino daquela família.

Dias depois, o vendedor passou por aquela região e procurou pelo sitiante para ver como ele estava. E a situação havia piorado muito. Ele encontrou toda a família aos prantos, desesperados e emocionalmente destruídos. Perguntou o motivo de tamanha tristeza, e o sitiante explicou que sua vaquinha tinha morrido e que agora não sabia o que fazer para alimentar seus filhos. O vendedor se despediu da família enlutada, e enquanto caminhava, pensava consigo mesmo: - E agora, meu Deus... O que será desta pobre família, já que o seu único meio de sustendo se foi!

Passados alguns meses, o vendedor precisou retornar. Para sua surpresa, o sitio estava lindo, todo trabalhado e cheio de plantações. O sitiante estava muito vestido elegantemente, a esposa bem cuidada e os filhos se mostravam fortes, corados e sorridentes. O vendedor não se conteve. Parou e perguntou o que tinha acontecido ali. Então, o sitiante explicou: - Depois da morte da vaquinha, eu comecei a lavrar a terra, e descobri como meu sítio é produtivo. Investi meu tempo e trabalho arando e preparando a terra. Pouco depois da semeadura, a lavoura deu muitos frutos se tornando uma fonte de renda especial. A plantação gerou um grande lucro e começamos a prosperar.  Deus precisou matar a minha vaquinha para que eu pudesse entender que o projeto dele para minha vida era maior do que apenas tirar leite!

E você, meu irmão? Qual é a vaquinha que te impede de crescer?

Como temos o péssimo hábito da acomodação (também me incluo nesta estatística), mas fico feliz por Deus ainda matar vacas. Se não fosse assim, jamais progrediríamos. Por isso, não fique triste quando vierem percas, encare isto como oportunidades de crescimento. Funciona assim. Deus mata a nossa vaquinha, nos impulsiona a buscar novas oportunidades, descobrimos uma força que até então não sabíamos possuir e com isso prosperamos.

Conviva pacificamente com as percas e as transforme em fontes rentáveis para sua vida. Mãozinhas para cima. Grande abraço.




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