segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Pescadores de Homens


Inspirado na mensagem do Pb. Miquéias Daniel Gomes, no Culto da Família em 13/09/2015.

Ao longo de três intensos anos, eles andaram com Cristo. Cada ensinamento, cada palavra de vida eterna chegou primeiro aos seus ouvidos, receberam afago e carinho. Desfrutaram da beleza que há na correção feita em amor e da doçura existente numa severidade empática. Homens privilegiados com um chamado exclusivo e pessoal, testemunhas oculares de cada milagre, participantes de cada página da mais bela história já registrada. Tinham motivos de sobra para crer, mas por um instante duvidaram, pois aparentemente seu Mestre tinha ido embora numa viagem sem retorno e agora eles estavam sozinhos, a mercê da própria sorte. O caminho fora interditado, a verdade tinha sido sepultada e a vida estava morta.
O sepulcro frio e escuro só conteve Jesus por três dias. Um Cristo vivo e radiante aparece a Maria Madalena e ordena: - Vá e diga aos outros que eu ressuscitei! Mas chegando ao túmulo aqueles homens nada veem além de um lugar vazio... Tão vazio quanto seus lúgubres corações.
Bastaram poucos dias sem uma manifestação corpórea do Jesus ressuscitado para que seus discípulos perdessem o foco prioritário de sua missão espiritual, tirassem da aposentadoria suas redes e se lançassem ao mar para uma boa noite de pescaria.  É comum ao homem que se sente longe de Deus seguir seus próprios instintos, confiar em suas habilidades naturais e tomar decisões por conta própria. Assim sendo, Pedro, Tomé, Natanael, Tiago, André, João e outro discípulo não identificado, decidem que é hora de voltar aos velhos hábitos, retornar as origens e se dedicarem a uma atividade mais prática, num mundo que eles conheciam muito bem. Ali na imensidão azul se sentiam grandes, importantes, senhores da situação, líderes de suas próprias vidas, e afinal de contas, pra que se preocupar em pescar homens se existem tantos peixes disponíveis no mar?
É claro que nestas circunstâncias os resultados não seriam os melhores, e apesar dos seus muitos esforços, nenhum peixe se apanhou. Ao romper do dia, quando retornavam frustrados e decepcionados (pois até o mar os abandonara), avistaram junto à praia alguém que os perguntou se a pescaria tinha sido produtiva:
- Ei, vocês! Estou com fome, tem aí no barco alguma coisa que possamos comer?
- Quem dera... A noite foi difícil meu amigo. Na verdade nem um único peixe conseguimos apanhar – Respondeu Pedro.
- Por que vocês não jogam as redes novamente? Mas desta vez joguem para o lado direito do barco, e com certeza os peixes estarão lá – Orientou a homem que estava na praia.
Sem nada a perder, os discípulos jogam as redes e milagrosamente os peixes começam aparecer às dezenas. Corações acelerados com uma grata sensação de “já vi isto antes”. João é o primeiro a entender o que está acontecendo e avisa aos demais: - É ele... É Jesus! Pedro se lança nas águas e em largas braçadas chega à praia antes mesmo do barco.
Ali o Mestre os aguarda com pão e peixe assado. Como era seu costume, Jesus alimenta corpo e alma ao mesmo tempo, e enquanto come com eles, os encoraja a serem fortes e perseverantes, pois um novo tempo está para começar. Era chegada a hora dos alunos assumirem o lugar do professor, de discípulos se tornarem apóstolos.
Em volta da fogueira o Mestre tem uma conversa reveladora com Pedro. Está para nascer a maior e mais importante organização da história da humanidade, onde Jesus seria o fundamento e  e aqueles homens os seus pilares: A Igreja de Cristo.

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