quinta-feira, 26 de maio de 2016

EBD - A benignidade é a disposição em fazer o bem a todos


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espírito - Lição 09
Comentarista: Pr. Israel Maia

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Cp. Lucas Passareli


Texto Áureo
Lucas 10:35
E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.

Verdade Aplicada
A benignidade nos capacita a fazer o bem sempre com candura e compaixão.

Textos de Referência
Lucas 10:30-33

E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.



A essência do bem
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Quando o apóstolo Paulo lista as características do amor em I Coríntios 13, ele ressalta que o “verdadeiro amor” não trata com “leviandade”. Ser leviano é proceder com hipocrisia, sem bases verdadeiras, tendo comportamento volúvel e agindo com insensatez. Num contexto “amoroso”, leviano se refere à pessoa que tem sentimentos rasos e sem comprometimento. O leviano de coração, “importa-se” sem se importar, logo “amar com leviandade” equivale a “não amar”. Quem assim procede, inviabiliza o amadurecimento do Fruto do Espírito. O termo BENEGNIDADE vem da palavra grega CHESTOTES e se caracteriza pela flexibilidade de tratamento gentil e cordato para com todo o tipo de pessoa. Lucas 6:35 revela  que Deus é benigno até mesmo para com os maus e ingratos; afinal a benignidade faz parte da personalidade eterna e imutável de Deus (por favor, leia o Salmo 136 antes de continuar a leitura deste texto). Na prática, o exército da benignidade diz mais sobre o nosso caráter do que a própria bondade, pois está estritamente ligada ao desejo de não se fazer o mal, para consequentemente praticar o bem.  Por exemplo: quando o paciente recebe um diagnóstico positivo de câncer, a questão mais relevante é a “benignidade” do mesmo, pois um câncer considerado “benigno”, embora continue sendo uma patologia, “não” irá desencadear “males” ao seu portador. Deus jamais desejou qualquer tipo de mal ao ser humano (Jeremias 29:11, João 3:16) e até mesmo suas ações mais drásticas foram tomadas por amor (Hebreus 12:6), e logo deseja que seus filhos, criados sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26) também possuam tal virtude.

A benignidade age no cristão como um tipo de anticorpo que combate sentimentos nocivos em relação as demais pessoas. É um agente de cura que age em áreas afetadas pelas mágoas ou pelo preconceito, possibilitando a prática do pedido feito por Paulo aos féis em Éfeso: - Suportai-vos uns aos outros em amor (Efésios 4:2). “Podemos correlacionar e interligar a benignidade como outros sentimentos e algumas virtudes essenciais ao cristianismo, tais como, “afabilidade”, (cortesia e gentileza), “amabilidade” (condição de ser amável), “ameninade” (presença de leveza e delicadeza no trato), “benevolência” (boa vontade para com o próximo), “ihaneza” (sinceridade e lisura), “sociabilidade” (capacidade de viver bem em sociedade), “clemência” (disposição para perdoar), “filantropia”, “altruísmo” e “tolerância” (capacidade de suportar com paciência).

Em Romanos 12:6-11, Paulo ressalta que pela graça, cada um dos integrantes da grande família, recebe um dom distinto e muito especial. Esses dons só podem ser empregados para beneficio do próximo e por isso podemos chamá-los de “dons de serviço”. Mas para exercê-los, é preciso preencher alguns requisitos muito especiais, tais como, amor não fingido, apego ao bem, repulsa ao mal, cordialidade fraternal, abnegação, fervor de e espírito e ausência de remissão em suas atribuições.  Ser remisso é ser negligente, tardio para fazer, vagaroso. Aqueles a quem o Senhor confiou a graça de exercer o bem, deve fazê-lo sem demora, pois provavelmente outros não farão. Quando exercermos tais virtudes, nem que seja para o mais pequenino filho do Senhor, estamos sendo benignos para com o próprio Deus, e tal gesto não ficará sem recompensa (Mateus 25:40).



Amor Tangível
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

O assunto deste trimestre esta sendo muito produtivo, pois há uma  grande necessidade de voltarmos a ensinar nas nossas igrejas, em larga escala, temas básicos da vida cristã, como a importância de uma mudança real de comportamento, tendo como agente modificador o "Fruto do Espírito" que está disponível a todo crente enxertado na Videira Verdadeira. A pós-modernidade também pode ser chamada de era da inutilidade, em decorrência das diversas “prioridades” nulas e efêmeras que estabelecemos. Diante de tantas coisas inúteis que temos visto em nosso meio, já era passado o tempo de se fazer algo no sentido de despertar a igreja do Senhor Jesus para as doutrinas que realmente importam. O pecado do orgulho ronda as nossas vidas pra tentar nos mover da rota que nos levará a desfrutar das insondáveis riquezas de Deus. E hoje temos em mãos uma bela oportunidade de rever nossos conceitos e valores, e assim, entender que corremos o risco de estar nos afastando do caminho do Amor.

No texto de Lucas 10.:25 – 37, Jesus responde a indagação de muitas pessoas que não compreendiam a essência da benignidade. Em seu ministério terreno, Jesus sempre enfrentou oponentes ferozes que sempre estavam propensos a lhe criticar em tudo. Mas Lucas registra algo maravilhoso da parte do Senhor Jesus, pois sempre que seus adversários se opunham à seus ensinos e questionavam suas ações, Ele manifestava a sua misericórdia e mostrava a sua essência misericordiosa. Ele era benigno.  Sua disposição em manifestar a Graça de Deus pelos homens falava mais alto no seu coração, do que qualquer critica recebida ou tratamento rude a Ele destinado. Jesus veio para manifestar o Reino dos céus e não impor aos homens um servir cego e opaco. Isso não! Ele veio para trazer vida e vida em abundância. 

E essa vida de abundância se manifesta com o fluir do fruto do Espírito na vida de todos os seus filhos. Jesus era a própria benignidade, ele estava ali demonstrando benignidade à todos os homens, pois ele mesmo disse: - Eu vim para servir e não para ser servido (Marcos 10:45). Ser benigno é expressar o amor em seu maior nível de tangibilidade. É fazer o bem sem olhar a quem, estender a mão aos necessitados e se dispor em favor dos outros sem medir distância. DEUS é benigno e quer que seus filhos sejam também. Se plantamos Amor, Deus nos dará sua graça  para que nossa colheita se dê em forma de bênçãos.


Benignidade: o amor sem medida

Nesta lição, estudaremos a benignidade, uma característica do Fruto do Espírito Santo que expõe o sentimento de quem expressa o verdadeiro amor de Cristo. Benignidade é o amor sem medida pelo próximo. Assim como a malignidade é uma característica de quem engendra o mal, a benignidade é uma característica de quem engendra o bem, isto é, o benigno não consegue pensar em fazer mal a ninguém e muito menos praticar tal afronta (Salmo 103:8). Quando começamos a desenvolver a benignidade, passamos a olhar os que estão a nossa volta de maneira diferente, pois começamos a aumentar em nós o que chamamos de capacidade de pensar sempre no que é melhor para o próximo (Cl 3.12). Isto quer dizer que aquele que é benigno não magoa e nem provoca dor em seu semelhante, pois não consegue conviver com o sofrimento alheio sem tomar uma atitude, visando o bem-estar do próximo. O benigno age. Ele não espera que o pior aconteça (Lucas 10:33-34). Ao relatar a parábola do bom samaritano, Jesus mostrou ao seu inquiridor que nem sempre aqueles que devem fazer o bem o fazem (Lucas 10:25-32), cometendo assim pecado grave (Tiago 4:17). Toda forma de negação em fazer o bem designa um  tipo de pecado. No capítulo quatro de sua carta, o apóstolo Tiago adverte que a vida é como vapor, que pode se esvanecer a qualquer momento. Por esta razão, sermos presunçosos, demonstrando que, por nossas qualidades, alcançamos vitória, pois tal postura é característica do maligno (Tiago 4:14-16). Fazer o bem é atributo divino adquirido através do amadurecimento do Fruto do Espírito Santo (II Coríntios 6:4-6).

Hoje temos visto através dos meios de comunicações todo tipo de informação. Têm como objetivo nos afastar da centralidade da Palavra de Deus, nos levando em direção ao que o mundo apresenta como sendo o modo de vida ideal (Romanos 12:2). Contudo, quando percebemos que não podemos pensar em nada que nos será vantajoso com o prejuízo de outrem, estamos nos aproximando de uma vida onde o fruto do Espírito está amadurecendo. Mesmo sabendo que podemos ter algum prejuízo pessoal, não podemos prejudicar a coletividade. Devemos sempre assumir o prejuízo produzido por nossas ações negativas (Jonas 1:11-12). Ser benigno em muitas ocasiões irá exigir de nós uma posição ao lado da verdade. Como já estudamos na lição oito, esta seção do Fruto do Espírito nos apresenta três características cada vez mais difíceis de serem encontradas no mundo: longanimidade, benignidade e bondade. Ser fiel, justo e verdadeiro tem se rotulado sinônimo de tolo. Muitos cristãos são incentivados a agirem de forma maliciosa e até mesmo inescrupulosa, causando o prejuízo de muitos (I Pedro 2:1). Este tipo de atitude não é nada benigno.

Em Atos 16:24-34, observamos uma expressão da benignidade quando Paulo apresenta ao carcereiro uma oportunidade de salvação. Enquanto o homem queria se matar, o apóstolo lhe apresentou a vida. Não uma vida passageira, mas a vida eterna em Cristo. Toda vez que nos prestamos a pregar o Evangelho, estamos agindo de forma benigna, pois o Evangelho para o homem é uma oportunidade de mudança para uma vida melhor (II Coríntios 5:17). Estar com Jesus proporciona ao indivíduo uma experiência diferente de tudo o que ele já viveu, inclusive, desenvolvendo em si os atributos de Deus que foram perdidos no ato do pecado (Romanos 3:23). Muitos pensam que ter uma situação financeira equilibrada já é o suficiente para ser feliz, mas nem sempre isso é verdade. Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Marcos 8:36). Sabendo disso, o cristão, cujo Fruto do Espírito está nele, não pode deixar de apresentar a oportunidade de salvação para todos os homens, independente da posição social a qual tal indivíduo se encontre (Marcos 16:15). O servo benigno deve afirmar que sem Jesus não dá para viver, pois uma vida sem Cristo, ainda que com muito dinheiro, é completamente insossa (Marcos 8:36).


Socorro sempre presente
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Estar em Cristo e ser fiel não imuniza ninguém de enfrentar os dias maus, as crises financeiras e o tempo de escassez. Dizer que o crente não pode passar por necessidades e provações é contrariar a própria Bíblia (Salmo 34:19). Nas horas difíceis, porém, Deus sempre abrirá uma porta de escape e providenciará um socorro bem presente, e esta provisão chegará através de mãos humanas. Por isso Deus tem levantado tantas pessoas para desenvolverem trabalhos sociais dentro das comunidades eclesiástica, a fim de socorrer o necessitado e alimentar ao faminto. Alguma vez você já recebeu a ligação de alguém da igreja pedindo sua ajuda para montar uma cesta básica que irá levar alimento a mesa de uma família carente? Possivelmente do outro lado da linha, havia alguém que até mesmo sem saber, estava fazendo valer um dos mais das mais belas atribuições confiadas a Igreja: O Dom de Socorro. Neste caso, alguém é levantado por Deus para liderar essa “esquadra de salvação”, porem, cabe a todo o cristão, a obrigação de contribuir e ajudar, repartindo o que temos com os irmãos necessitados, e isto também é ser benigno. (Atos 2:42-47). A Igreja Primitiva cresceu vertiginosamente porque pregou e viveu o genuíno amor cristão, uma mensagem de aceitação, liberalidade, entrega, devoção, compartilhamento e hospitalidade. Ao analisarmos estas dádivas valorosas confiadas aos fiéis, podemos concluir que todo cristão deve possuir pelo menos uma delas, pois só assim contribuirá para que a Igreja cumpra “todas” as funções para as quais foi designada (espirituais materiais e sociais).

Ser hospitaleiro significa acolher em casa por caridade ou cortesia pessoas, seja conhecida ou não. Dificilmente alguém abre as portas de sua casa para dar guarida a um completo desconhecido, e isto nada tem a ver com ser bom ou não, mas sim com o fato de cuidar e proteger da própria família. Por isso ao longo da história, Deus tem levantado pessoas que se dedicam a receber e cuidar dos cansados da viagem (ou da vida), dando lhes guarida, proteção, alimento, cama e acima de tudo dignidade. Alguns abrem suas próprias casas, outros dedicam sua vida em albergues, centros de reabilitação, ONG`s e cozinhas comunitárias, fazendo o bem sem olhar a quem. O escritor da carta enviado aos judeus espalhados pelo mundo deixou um conselho tão revelador, que trouxe uma verdade surpreendente sobre a importância de se exercer a hospitalidade: “Conserve-se entre vós a caridade fraterna. Não vos esqueçais da hospitalidade, pela qual alguns, sem o saberem, hospedaram anjos. Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles”. (Hebreus 13:1-3)

No grego neo-testamentario, fillos ou fileo é o termo que descreve um amor que une pessoas sem vínculos familiares, tornando-as irmãos. Sem exercer este amor, a igreja estaria fadada ao fracasso, pois se desmancharia em intrigas e vaidades. O apóstolo sabia que entre tantas pessoas, seria difícil cultivar um vínculo tão profundo com todos os irmãos de fé, por isso aconselhou a igreja em Éfeso de que se não fosse possível amar, que “suportassem uns aos outros em amor” (Efésios 4:2). Não é preciso “gostar” de alguém para fazer o “bem” para ela. Alias, Jesus foi exatamente à contramão do conceito da “reciprocidade” quando nos ensinou: -  Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. “Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado”. "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’.Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem (Mateus 5:38-44). Um coração voltado para Deus enxerga além das aparências, e ama antes de julgar. É preciso a todo tempo fazer valer em nos o aconselhamento de Paulo aos irmãos da perseguida e martirizada igreja em Roma: - Sejam sábios em relação ao que é bom, e sem malícia em relação ao que é mau, e em breve, o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês (Romanos 16:19-20).


Agindo como servo de Deus

As características do Fruto do Espírito representam os atributos divinos. A benignidade é expressa pelo Criador e precisamos saber como deve agir o servo de deus com o fruto amadurecido. Em todo o tempo que o Senhor se relacionou com o povo de Israel, Ele agiu com benignidade para com eles. Sempre que podia, parte do povo transgredia em relação a Jeová, entretanto, Deus não cessou de cuidar do seu povo. Mesmo o povo desobedecendo, não sofreu com o abandono por parte do Senhor (Salmos 106:43-45). No Salmo 106, o salmista nos mostra o quanto dura a benignidade do Senhor: para sempre. Em nenhum momento, o Senhor irá deixar de estender a sua mão para os Seus (Salmo 106:7-10). Este fato se dá devido à Sua fidelidade, pois não pode negar-se a si mesmo (II Timóteo 2:13). Se temos em nós o fruto, devemos imitá-lo em tudo (Efésios 5:1), expressando a nossa benignidade. Quando começarmos a buscar o amadurecimento do Fruto do Espírito, devemos estar preparados para lidar com a ingratidão de muitos, pois nem sempre aqueles a quem ajudarmos, isto é, usarmos de benignidade, estarão prontos a reconhecer o favos recebido de nós (Lucas 17:17-19). Comente com os alunos que muitos, sem dúvida, nos abandonarão em tempos difíceis (Mateus 26:34, 69-74).

Um dos atributos de Deus em relação a Ele mesmo, isto é, que não pode ser adquirido pela humanidade através de Cristo, é a Onisciência. Isto deveria tornar muito mais difícil para Ele ser benigno para com o homem, pois o fato de ser Onisciente faz com que conheça os pensamentos e os sentimentos do coração da sua criatura (Salmo 39). Mesmo assim, o Senhor está sempre agindo de benignidade para com o indivíduo. Podemos dizer que ser benigno é estar sempre disposto a fazer o bem. Este é e sempre será um posicionamento a ser tomado pelo Senhor em relação à humanidade. Os pensamentos de Deus em relação ao homem sempre serão os melhores possíveis (Jeremias 29:11). Ao aceitarmos Jesus como Salvador, passamos a ser participantes da natureza de Cristo e, através d’Ele, automaticamente da natureza de Deus. Se formos participantes da natureza do Pai, temos por obrigação buscar o amadurecimento do fruto e passar a expressar benignidade pelo próximo, independente do que ele pensa a nosso respeito (II Tessalonicenses 3:13). Expressar benignidade é uma característica exigida daquele que recebe o Fruto do Espírito Santo, pois fazer o bem aos que nos fazem bem não é mérito algum, pois os ímpios também agem assim (Lucas 6:33).

O texto de Lucas 19:10 nos mostra que a vinda do Filho do Homem se deu para que Ele alcançasse quem havia se perdido. O homem se perdeu por escolha própria, mas ainda assim o Criador, por Sua infinita benignidade, projetou um plano para que a humanidade tivesse uma nova chance de salvação (João 3:16). Este plano demonstra o tamanho amor de Deus expresso pela sua tremenda benignidade. Ao entregar Seu único Filho para morrer pelos pecados de toda humanidade, o Senhor demonstrou o quanto é benigno para com o homem e o quanto está disposto a fazer para tê-lo de volta à comunhão com Ele (João 3:16-17). O projeto de Deus nunca é condenar, mas sempre salvar (Jeremias 29:11). Ser benigno exige do indivíduo uma posição de brandura em relação ao próximo. Muitas vezes não sabemos o que os outros estão pensando a nosso respeito, ou até mesmo se estão tramando algo contra nós. Entretanto, devemos sempre estar dispostos a perdoar qualquer tipo de ação negativa que possa vir em nossa direção (Mateus 6:12). Ser benigno é também ter o cuidado em relação aos julgamentos que fazemos dos outros, pois da mesma maneira que julgarmos poderemos ser julgados (Mateus 7:2). Assim como Cristo não veio para julgar, nós devemos sempre estar prontos a oferecer uma oportunidade ao próximo.


A benignidade de Deus
Comentário Adicional:
Cp. Lucas Passareli

Deus é benignidade (Romanos 2:4, 11:22). O primeiro casal, Adão e Eva, deve ter se sentido grato por isso! No jardim do Éden, eles estavam cercados pelas criações visíveis de Deus que evidenciavam a benignidade dele para com os humanos, que foram criados para ter prazer nelas. E Deus continua a ser benigno para com todos, mesmo os ingratos e iníquos. O ser humano, feito à imagem de Deus, tem a capacidade de refletir atributos divinos. (Gênesis 1:26) Por isso, não é de admirar que Jesus espere que demonstremos benignidade. Conforme declara Miquéias 6:8, o povo de Deus tem de ‘amar a benignidade’. Mas o que é benignidade? Como se relaciona com outras qualidades divinas? Visto que os humanos têm capacidade de mostrar benignidade, por que o mundo é um lugar tão cruel e duro? Por que nós, cristãos, devemos esforçar-nos a mostrar benignidade nos nossos tratos com outros? A benignidade é expressa por se mostrar interesse ativo no bem-estar de outros. É demonstrada por meio de uma atitude prestimosa e por palavras que mostram consideração. Ser benigno significa fazer o bem, em vez de fazer algo prejudicial. A pessoa benigna é amistosa, branda, compassiva e atenciosa. Tem uma atitude generosa e prestativa para com outros. O apóstolo Paulo admoestou os cristãos: “Revesti-vos das ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade, mansidão e longanimidade.” (Colossenses 3:12) A benignidade, portanto, faz parte dessa vestimenta figurativa de todo verdadeiro cristão.

Alguns consideram a benignidade como fraqueza. Acham que a pessoa precisa ser às vezes dura, até mesmo rude, para que os outros possam ver que ela tem força de caráter. Na realidade, porém, requer verdadeira força ser genuinamente benigno e evitar a falsa benignidade. Visto que a verdadeira benignidade faz parte dos Frutos do Espírito de Deus, ela não pode refletir uma atitude fraca, que tolere a conduta errada. Jesus Cristo, nunca foi culpado de mostrar benignidade de maneira errada. Ele era a própria personificação da verdadeira benignidade, sentia compaixão das pessoas, “porque andavam esfoladas e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor”. As pessoas sinceras sentiam-se à vontade para se aproximar de Jesus, trazendo-lhe até mesmo seus filhinhos. Imagine a benignidade e compaixão que ele demonstrou quando “tomou as criancinhas nos seus braços e começou a abençoá-las”. (Mateus 9:36; Marcos 10:13-16) Embora fosse benigno, Jesus era, não obstante, firme pelo que era direito aos olhos de seu Pai celestial. Nunca fechou os olhos ao mal e foi severo em suas exortações contra os religiosos de Israel.

Para o cristão genuíno, é especialmente importante ser benigno. É evidência de que o espírito de Deus age em nós. Além disso, quando mostramos verdadeira benignidade, imitamos a Deus e a Cristo Jesus. Essa qualidade também é um requisito dos que estarão no Reino de Deus. Portanto, temos de amar a benignidade e aprender a mostrá-la.  A benignidade se relaciona com outras qualidades produzidas pelo Espírito de Deus. Ela é alistada entre a “longanimidade” e a “bondade”. De fato, quem cultiva a benignidade mostra essa qualidade por ser longânime. É paciente até mesmo com aqueles que não são benignos. As escrituras se referem à benignidade derivada do amor leal, que inclui mais do que apenas terna consideração. Trata-se da benignidade que se apega amorosamente a algo ou alguém, até que seu propósito com relação a ele se realize.  Quando os servos fiéis de Deus necessitam de livramento ou ajuda, eles sabem que a sua benevolência está relacionada com o amor leal. Não ficarão desapontados. Por isso, podem orar com fé, assim como o salmista, que disse: “Quanto a mim, confiei na tua benevolência [a maneira como a palavra hebraica é traduzida neste versículo]; jubile meu coração na tua salvação.” (Salmo 13:5) Visto que o amor de Deus é leal, seus servos podem confiar nEle plenamente. Eles têm a garantia: “Pois Jesus não abandonará seu povo, nem deixará sua própria herança.” (Salmo 94:14).


Lições práticas

O Fruto do Espírito foi entregue à Igreja para que essa fosse educada e orientada acerca do seu posicionamento em relação à sociedade. Sendo assim, a Igreja não pode se deixar influenciar por pseudo-verdades apresentadas pelo diabo (João 10:10). A Igreja de Cristo, através de seus membros, deve ser um canal, isto é, um instrumento de Deus na face da Terra, para que todas as características do fruto do Espírito sejam expressas em favor da sociedade. Por mais perseguida que seja, a Igreja deve estar sempre aberta aos que perseguem (Romanos 12:14). A nossa glorificação depende da nossa capacidade de expressarmos as características do fruto em sua totalidade (II Timóteo 2:11). Não basta ser membro da igreja, é necessário estar integrado ao Corpo (II Coríntios 12:27). Se uma postura é exigida da Igreja, que é o Corpo de Cristo, nenhum membro deste Corpo pode ir de encontro a esta postura exigida por Ele. A busca pelo amadurecimento do fruto é imprescindível para nos tornarmos membros do Corpo (Efésios 4:12).

A benignidade é uma característica de quem deseja o bem. Ela é um sentimento profundo que habita o interior do servo fiel. Sempre que um servo do Senhor for confrontado, ele deve demonstrar a essência de seus sentimentos. No Sermão do Monte, vemos Jesus ensinando que não existe a menor possibilidade de uma árvore boa produzir frutos maus e uma árvore má produzir frutos bons (Mateus 7:18). Logo, se recebemos o fruto do Espírito, cabe a nós buscar o seu amadurecimento para que possamos fornecer o que existe de melhor da parte do Senhor para a humanidade (Efésios 4:12-13). Amadurecer o fruto não é uma tarefa fácil, por isso devemos cada vez mais estreitar a nossa comunhão com o Criador através da oração e da leitura da Palavra de Deus. O uso descontrolado dos meios de comunicação tem afastado a muitos da prática salutar da oração e da leitura bíblica. É necessário que sejamos observantes em relação ao nosso posicionamento enquanto Igreja acerca de assuntos polêmicos e contraditórios que têm invadido as igrejas, trazidos por informações veiculadas pela Internet  e outros meios de comunicação (Mateus 11:6). Em muitos casos tiramos conclusões precipitadas de fatos sem nenhuma comprovação. A benignidade também é expressa quando não fazemos juízo temerário sobre ninguém (Mateus 7:1).

Ao recebermos o Fruto do Espírito, passamos a ter compromisso em relação à sociedade (II Tessalonicenses 3:13). O Fruto do Espírito no cristão é a manifestação do caráter de Deus. Sendo assim, quando nos apresentarmos publicamente, principalmente diante dos indivíduos que ainda não se decidiram em seguir a Cristo, devemos expressar toda a magnitude do fruto através de nossos atos, presenteando a todos com essa maravilhosa dádiva do Criador (I João 3:18). Algo que não pode ser desprezado é a oportunidade de mostrar a transformação promovida pelo amadurecimento do fruto na vida do cristão. Ao escrever para a igreja na cidade de Corinto, o apóstolo Paulo os encorajou que fossem seus imitadores como eles era de Cristo (I Coríntios 11:1). As características do fruto devem ser desenvolvidas a ponto de causar desejo em todo cristão de tê-las maduras em sua vida (Efésios 5:22-23).



Conclusão

Ser benigno é ter a capacidade de entender o momento do próximo sem agir com intolerância. É saber que em muitas situações o indivíduo não está bem e sujeito a atitudes extremas. Entretanto, a postura do cristão deve ser sempre digna de admiração, assim como Jesus disse que deveria ser (Mateus 5:16).





O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível.  Este fruto só será completo se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 29 de maio de 2016, de nossa EBD.


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