quinta-feira, 12 de maio de 2016

EBD - Paz: o prazer inefável da tranquilidade e serenidade



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espírito - Lição 07
Comentarista: Pr. Israel Maia

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes


Texto Áureo
Filipenses 4.7
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

Verdade Aplicada
A verdadeira paz produz uma sensação de prazer indescritível na vida de quem recebe o fruto do Espírito.

Textos de Referência
Romanos 5.1-5

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.


A Vida e a Paz
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A morte de Jesus foi sem duvidas um dos eventos mais impactantes da história. Ainda hoje, é impossível não se emocionar ao ver uma cena que represente a Crucificação de Cristo ou ouvir uma narrativa (ou canção) que nos remeta a via crucis e a paixão do Salvador. Se dois milênios depois, ainda somos profundamente afetados por este acontecimento, imagine o impacto vivenciado pelos seguidores de Jesus, que testemunharam todo este drama ao vivo e em cores. Cristo teve centenas de seguidores e simpatizantes ao longo de seu ministério, dentro os quais, destacavam-se setenta discípulos. Depois de uma intensa noite de oração, Jesus escolheu dentre ele doze homens para formar seu “círculo de confiança”, os quais viriam a ser conhecidos como “apóstolos”. A morte de seu mentor e líder não apenas causou grande comoção neste homens, como abalou as estruturas do grupo. Um deles traiu o Mestre, outro se tornou um renegado e outros nove se omitiram, confusos e assustados. Apenas João se manteve leal aos pés da cruz. Com Jesus morte e sepultado, aqueles homem se reuniram a portas fechadas no cenáculo. Ao longo de três intensos anos, eles andaram com Cristo. Dormiram sobre o mesmo teto, comeram da mesma porção, caminharam os mesmos caminhos, conheceram as mesmas pessoas, frequentaram as mesmas festas. Olhavam para os olhos do próprio Mestre enquanto bebiam da fonte de seu inesgotável saber. Cada ensinamento, cada palavra de vida eterna chegaram primeiro aos seus ouvidos, receberam afago e carinho. Desfrutaram da beleza que há na correção feita em amor e da doçura existente numa severidade empática. Homens privilegiados com um chamado exclusivo e pessoal, testemunhas oculares de cada milagre, participantes de cada página da mais bela história já registrada. Tinham motivos de sobra para crer, mas por um instante duvidaram, pois aparentemente seu Mestre tinha ido embora numa viagem sem retorno e agora eles estavam sozinhos, a mercê da própria sorte. O caminho fora interditado, a verdade tinha sido sepultada e a vida estava morta.

A incerteza do futuro rouba a paz e inquieta o espírito.  O cenário que se descortinava diante daqueles homens era nebuloso e repleto de desesperança. O que fazer da vida quando se assiste aquele que é a própria VIDA agonizar e morrer. Os discípulos estavam silenciosos porque lhes faltavam palavras. O que teriam para falar se a voz que os instruía se calará pra sempre? Eles abandonaram Jesus em seu momento de maior agonia e sofrimento, e agora se sentiam sozinhos. Medo, dúvidas, insegurança, frustração, vergonha... Sentimentos que em nada corroboram para a paz. Aqueles homens estavam sendo consumidos por tribulações. Mas o sepulcro frio e escuro só conteve Jesus por três dias. Na manhã de domingo, um Cristo vivo e radiante aparece a Maria Madalena e ordena: Vá e diga aos outros que eu ressuscitei! Ao ouvir esta noticia, os discípulos se enchem de esperança e correm ao jardim onde Cristo jazia, porém, chegando ao tumulo, nada vêem além de um lugar vazio... Tão vazio quanto seus lúgubres corações. A inquietação de nossa alma não só perturba nosso espírito, como também esmaga a fé e limita nossa visão de futuro. Esquecemo-nos até mesmo das promessas feitas por aquele que é fiel.  

Na tarde daquele dia, um grupo desfalcado esta isolado do mundo, recluso entre paredes seladas quando Cristo se faz presente entre eles. Jesus poderia lhes inquirir sobre a debandada da ultima sexta feira, ou recriminar-los pela omissão e ainda expor as negativas de Pedro. Mas não... O Cristo entrega a eles aquilo que mais precisam no momento: - Recebam a minha “PAZ” (Lucas 24:37). Jesus estava de volta. Diferente, é verdade, mas ainda assim o mesmo Messias amável e benigno que conheciam tão bem. O bom Mestre sabia que ainda havia muito trabalho a ser feito e seus discípulos precisavam de muita “lapidação” antes de serem os fundamentos que estavam destinados a ser (Apocalipse 22:14). Embora fossem eles os escolhidos, ainda não estavam preparados. Criam, mas não confiavam. Foram devidamente instruídos, mas não estavam capacitados. Aqueles eram homens especiais, escolhidos pelo próprio Cristo, pois havia dentro de cada um potencial para pavimentar a estrada do evangelho que se estenderia pela posteridade, mas sem alguém para pegá-los pelas mãos e conduzi-los constantemente, com certeza, iriam errar o caminho. Então, em corpo presente, Jesus os estabiliza com sua PAZ, pois somente sobre um terreno estável é possível edificar com segurança. Depois, Cristo lhes envia o Espírito Santo, que é quem, ainda hoje, produz em nós a mesma PAZ entregue a Jesus aos seus apóstolos.


Em busca da verdadeira paz

Nesta lição, estudaremos a característica do Fruto do Espírito que produz um efeito profundo na vida do servo de Deus. A paz mantém o indivíduo sereno e tranquilo mesmo em meio às tribulações da vida. A partir do momento em que começa a desenvolver o amor e o gozo, o cristão passa a sentir uma imensa sensação de paz, característica do Fruto do Espírito que a humanidade mais tem buscado nos dias atuais. Porém, só alcança esta paz quem tem a certeza de que desfruta de um perfeito relacionamento com o seu Criador. Sem esse relacionamento, o indivíduo anda vagueando pelas infovias em busca de alguma paz (Filipenses 4:7). Em um de seus diálogos com os discípulos, Jesus os acalentou acerca da paz que tanto o homem busca. As palavras do Mestre visavam trazer um sentimento de tranquilidade para aqueles que puderam experimentar a companhia do próprio Deus durante o Seu ministério terreno (João 14:27). Mais adiante, em outro momento especial, Jesus apresenta como essa paz se faria presente em meio ao Seu povo (João 16:7). Em seu discurso, o Senhor apresenta o Espírito Santo como agente desta paz. Quando o indivíduo começa a trabalhar em busca do amadurecimento do Fruto do Espírito Santo, ele conhece a paz que foi apresentada pelo apóstolo Paulo aos filipenses: a paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7). As infovias são um conjunto de linhas digitais por onde trafegam os dados das redes eletrônicas, possibilitando através delas o acesso a todo tipo de informação sem um controle central, ou seja, tudo pode ser acessado por todos de maneira global (Daniel 12:4). A busca descontrolada por alguma coisa que possa produzir paz acaba por apresentar ao indivíduo um mundo de informações que podem danificar a sua forma de viver, levando muitos a perderem a comunhão com Jesus Cristo, o único que fornece a verdadeira paz.

No texto bíblico de Isaías 9:6, Jesus Cristo nos é apresentado como Príncipe da Paz. Este poderia ser encarado como mais um dos tantos títulos maravilhosos que são devotados ao nosso Deus (Apocalipse 1:8). Entretanto, neste título existe uma diferença em relação a todos os outros, pois ele nos mostra que não existe como ser participante da verdadeira paz se não estivermos em uma comunhão perfeita com o Filho de deus. A paz que nos é fornecida pelo Príncipe da Paz não está atrelada a acontecimentos externos, mas vem direto do Pai das luzes na pessoa do Seu Filho. A sociedade tem cada vez mais tentado provar que paz é a ausência de guerra. A cada dia, os governos têm procurado criar meios de se associarem com a criação de grupos formados por países, buscando um comércio comum e um sistema financeiro unificado (vide União Européia e MERCOSUL). Tais organizações buscam promover uma paz entre as nações, buscando a garantia de que não colocarão o mundo em risco de guerras (Tiago 3:18). Mais uma vez, estamos diante dos apelos midiáticos, que visam colocar a todos em um lugar comum.

Viver neste mundo é viver em um barril de pólvora. Por todos os lados ouvimos notícias de guerras e rumores de guerras. A cada dia surge um novo inimigo público, seja no âmbito das nações, com grupos terroristas que aterrorizam a todos, ou no âmbito social, com elementos que se apresentam como paladinos das populações menos favorecidas em prejuízo de todo o resto da sociedade. Como viver em paz diante de um cenário como este? O passo a ser dado é ter paz com o Criador (Salmo 91:10). Quando temos paz com Ele, passamos a experimentar, através de Sua infinita graça, este sentimento de bem-estar e satisfação que só se manifesta na vida de quem está na presença de Deus (Romanos 5:1-2). Quando o cristão vive uma vida dedicada às coisas concernentes ao Reino de Deus, não teme nada, pois, ao ter uma caminhada dirigida pelo Espírito, tem as suas emoções controladas, impedindo que viva uma vida permeada de ansiedade (I Pedro 5:7), medo e preocupações, ou seja, este tipo de sentimento não tem como ser traduzido de forma racional (Filipenses 4:7). Não saber explicar este sentimento não o torna impossível de ser sentido, mas estar em comunhão com Deus produz um sentimento de confiança que é desenvolvido pelo amadurecimento do Fruto do Espírito Santo.


Paz na Tempestade
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A “ansiedade” é com certeza um sentimento que define nosso mundo. Agendas abarrotadas, dias extremamente curtos, excesso de trabalho e encontros diários com a opressão. Não temos espaço em nossas vidas (ou em nossos dicionários) para palavras como serenidade e tranquilidade. Vivemos tempos de perturbação e conturbação, brilhantemente capitada na pintura de um velho artista: montanhas desoladas sendo severamente castigadas por uma imensa e assustadora tempestade.   O interessante é que este quadro ganhou o premio principal em um concurso cuja temática era “PAZ”. Como? Conta-se que certo príncipe, decidiu promover uma exposição de arte e dar um bom premio ao artista que melhor representasse a PAZ. Centenas de obras foram inscritas e o que não faltou foram imagens de pássaros brancos, rios cristalinos, por do sol dourado, jardins floridos e arco-íris. Uma delas, porém, chamava a atenção por mostrar montanhas rústicas com pedras pontiagudas e ameaçadoras que não davam espaço para qualquer vegetação. O céu era negro com raios avermelhados cortando a escuridão. O cenário estava borrado pela tempestade torrencial que caia e pelo vento percebido nos traços não lineares dos riscos acinzentados que traziam vida ao temporal...  Todos ficaram indignados quando aquela obra foi escolhida como a grande vencedora, e foram embora murmurando, sem perceber um detalhe no canto inferior do quadro, onde na fenda da rocha, um pequeno pássaro, aconchegado em seu ninho, dormia sossegadamente.

O termo “Paz” não significa necessariamente “ausência de conflitos”. Paz em grego é “Eirene”, que pode ser traduzida por tranqüilidade de coração e mente baseada na convicção que esta tudo bem entre a alma do homem e o seu criador. No hebraico, o significado básico de “Shalom” (palavra que correspondente para PAZ) é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da vida. Ou seja, a PAZ não é um sentimento e sim um estado de espírito. É uma atitude de serenidade, calma, força, tranquilidade e quietude de espírito, produzida pelo Espírito Santo em nós, mesmo nas adversidades e nas tribulações. Uma paz diferenciada que não se esvai diante das tragédias, pois é forte o suficiente para nos guiar em calmaria mesmo em meio aos vendavais; pois quando a tempestade aperta e o vento derruba até os que estão voando pelos céus, nós nos escondemos na fenda da ROCHA (que é Cristo) e dormimos em paz, afinal, dos seus filhinhos Deus cuida enquanto dormem (Salmos 4:8).

Jesus nos prometeu essa paz quando disse aos seus discípulos: “A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou (João 14:27). Esse tipo de PAZ não é natural no ser humano, mas sim proveniente  de nossa perfeita confiança em Deus. Ela se deriva no fato de que nosso Senhor cuida de nós constantemente e assim não existem motivos para desespero ou insegurança. Dessa forma temos  os nossos corações guardados contra da ansiedade e nossas mentes blindadas contra o desespero. Essa PAZ é plantada em nós pelo próprio Jesus, mas deve ser desenvolvida por nós através da meditação e aplicação da PALAVRA e da busca diária pela presença de  Deus em nossas vidas. Afinal, é preferível estar no meio de uma tempestade tendo Jesus em nosso barco, do que navegar em águas tranquilas sem ele.



Um descanso permanente

A paz é um sentimento íntimo e profundo de sossego vivenciado pelo indivíduo, independente dos acontecimentos que o rodeiam. Quando o indivíduo escolhe viver uma vida de paz com Deus, ele começa a ser presenteado por Ele com uma intensa posição de serenidade em relação ao que recebe de informações negativas. Mesmo em meio à tempestade e o medo dos discípulos, Jesus não saiu da sua posição e, quando solicitado, forneceu a sua serenidade a todos (Mateus 8:23-27). Paulo, em sua carta aos Colossenses, disse que fomos chamados por Deus para uma vida de paz, que será vivida por todos que fizerem parte do Corpo de Cristo. Logo, devemos ser agradecidos e buscar produzir o amadurecimento do Fruto do Espírito, através do qual dominaremos os mais profundos sentimentos em nossos corações (Colossenses 3:15). Hoje já virou um jargão em algumas pregações a seguinte frase: “é muito fácil ser cristão quando tudo vai bem”. A verdade é que para o cristão verdadeiro nunca as coisas irão mal, pois, se estiver em Cristo, no momento da tempestade, basta clamar que Ele irá acalmá-la. O servo fiel deve manter, sempre, uma posição de serenidade, pois não há mal que poderá se abater sobre a sua vida (Salmos 91:10).

A paz do fruto do Espírito é algo que deve ser compartilhado com todos aqueles com quem nos relacionamos. Viver em comunhão é fazer parte de um mesmo corpo e não se pode fazer parte de um corpo vivendo um ambiente sem paz. Em sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo orienta que sempre que for possível devemos buscar viver em paz com todos. (Romanos 12:18). Viver em paz na sociedade tem como efeito principal o processo de santificação, pelo qual todos devem passar se desejarem ver a Deus (Hebreus 12:14). Se não buscarmos o amadurecimento da paz do Fruto do Espírito Santo em nós, estaremos fadados a nos afastar cada vez mais do Criador, pois, se não cultivarmos a paz com o homem, não poderemos ter paz com o Senhor. A sociedade atual não tem interesse em promover a paz entre os homens. Quando do nascimento de Jesus Cristo (Lucas 2:11), Deus declarou que o Seu desejo era que houvesse paz na Terra. Para que isso viesse a se tornar realidade, Ele estaria disposto a demonstrar boa vontade para com os homens (Lucas 2:14). Nesta declaração do Senhor fica claro que se dependesse dEle a paz seria uma constante no mundo. Entretanto, a sociedade religiosa da época tratou de interferir nos planos do Senhor, se colocando entre o Cristo e os homens.

Os sentimentos de paz, sossego e serenidade são características que fazem do servo do Senhor um indivíduo diferente. A Palavra de Deus afirma que os que não servem a Cristo não experimentaram a paz íntima e verdadeira (Isaías 48:22). Viver em um mundo onde não se tem certeza de nada é algo terrível para muitos. Mas, para quem conhece a Jesus de forma íntima, esta falta de certeza veiculada pela mídia não assusta, pois experimenta uma paz que firma todas as suas emoções em Cristo. Desfrutar de paz é descansar nos braços do Senhor e ter a certeza de um sono tranquilo. Nenhuma ameaça vinda de pessoas será capaz de tirar a paz de um servo fiel (Salmos 56:11; 118:6). A paz tem sido responsável pela manutenção da esperança entre os servos de Deus, recebida pela virtude do Espírito Santo (Romanos 15:13). Em momentos de tribulação, sabemos que a paciência se manifesta e com isso um crescimento de nossa experiência, que irá fortalecer a nossa esperança nas vitórias que virão das mãos do Senhor (Romanos 5:3-4). Os momentos de tribulações são, na sua maioria, momentos que devem ser encarados com serenidade, pois a serenidade nada mais é do que um posicionamento de quem desfruta da verdadeira paz do Espírito em Cristo.



Paz  e Esperança
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Podemos afirmar que a “paz” emanada de Cristo é uma garantia de estabilidade para a vida cristã. Mesmo nadando contra a correnteza, confrontando o mundo e seus sistemas corrompidos, devemos sempre estar em absoluto equilíbrio espiritual, sem deixarmos que nossos sentimentos e ações sejam inflados pelas rupturas catastróficas da moral humana. A “paz” é base que mantém solida nossa espiritualidade nos cenários mais tempestuosos. Em Romanos 12:9-21, o apóstolo Paulo lista uma série de virtudes que devem ser priorizadas na vida de todo cristão, tais como generosidade, hospitalidade, perseverança na oração, zelo não remisso, amor fraternal sem hipocrisia, apego ao bem, aborrecimento ao mal e fervor de espírito. Porém, duas das qualidades listadas neste texto exigem de nós um árduo exercício de devoção, fé e fidelidade: Alegre Esperança e Paciência na Tribulação (Romanos 12:12). Embora aqui tenhamos dois conceitos distintos, ambos estão completamente interligados, e juntos, ilustram o poder estabilizador da “Paz de Cristo”. A WEB define “ESPERANÇA” como sendo uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal, sendo requerida uma certa perseverança para se acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário. Para o cristão, a esperança deve estar focalizada em Cristo e embasada em fé. Paulo apresenta em Romanos 5:1-4 um mapa do que podemos chamar de “CAMINHO DA ESPERANÇA”: 

“Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus. E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu”. Para que o Cristão tenha uma esperança viva e a prova de decepções, a mesma deve ser cultivada em um coração cheio de amor e aprovado por Deus. Essa aprovação se dá mediante a paciência que demonstramos em meio aos sofrimentos. Em seu texto “O Casulo”, nosso Pr. Wilson Gomes faz uma analogia entre o processo metamórfico da lagarta para borboleta e do crescimento espiritual que pode ser obtido das mais traumáticas experiências, e conclui: A dor é uma professora excelente, o sofrimento é disciplinador e as intempéries da vida são a academia da alma. No casulo, nos fortalecemos para enfrentar o mundo, e o conhecimento adquirido nesta escola é eterno e imutável.

No livro de Eclesiastes, o sábio rei Salomão esta revisitando seus antigos provérbios  e elabora alguns conceitos bem interessantes sobre as adversidades da vida. Um dos mais peculiares é sua preferência por “velórios” a “festas”, pois o luto favorece a introspecção e o autoconhecimento, enquanto as celebrações podem nos dar uma utópica versão da realidade (Eclesiastes 7:2).  Em outras palavras, boas experiências podem ser retiradas das piores situações. Paulo vai muito além e ensina que nosso sofrimento deve nos trazer alegria. Fechar este ciclo, e passar pelas tribulações com um sorriso nos lábios e esperança latente no coração e a prova cabal de nossa fé, que retumba vigorosa em meio aos cenários mais adversos, nos dando a certeza absoluta que Deus tem total controle de nossas vidas e navega ao nosso lado contra as correntezas do mais arredio mar. Vivenciar esta verdade é experimentar da mais absoluta e genuína “paz”.


Lições práticas

A primeira seção do fruto do Espírito conta com três características (amor, gozo e paz) que garantem ao indivíduo o desfrutar de uma vida equilibrada, pois permitem uma condição de tranquilidade, onde os sentimentos estão protegidos pela ação do Espírito Santo. Ao ter a oportunidade de  experimentar o amor de Deus e desenvolvê-lo em relação ao próximo, o indivíduo passa a viver pleno de gozo, isto é, alegre por poder simplesmente ter a alegria de desfrutar das coisas boas da vida. O amor aliado à alegria produzirá um sentimento de imensa paz interior, que só tem aquele que desfruta da certeza de uma vida eterna com Deus (João 14:1-2). Ao desfrutar deste intenso sentimento de prazer produzido pela paz interior, o indivíduo passa a ter condições de rejeitar os apelos midiáticos impostos pelos meios tecnológicos. Enfatize para os alunos que, mesmo em momentos de angústia, o cristão encontrará socorro naquele que sempre está ao seu lado em todos os momentos (Salmo 46:1).

Todos os dias somos atacados com informações. Muitas vezes não são nem de origens confiáveis, São notícias que ferem os nossos princípios religiosos, morais e espirituais (Mateus 18:7). Parece existir uma ação orquestrada pelo inimigo visando desestabilizar a todos, mas nenhuma arma forjada contra o povo de Deus prosperará (Isaías 54:17a). Nenhuma notícia ou evento fictício irá tirar o servo do Senhor do centro de suas faculdades mentais, pois Deus garante uma paz que finaliza toda tentativa projetada pelo diabo. O inimigo de nossas almas não desiste de tentar destruir a tranquilidade da humanidade. Para desespero do inimigo de nossas almas, existe no mundo um povo que foi escolhido por Deus para provar que ainda que Satanás viva se utilizando de todos os meios para influenciar a sociedade ele não conseguirá dominar a Igreja do Senhor, que permanecerá pregando a Palavra da verdade provando que se pode, sim, viver uma vida em paz, mesmo em um mundo inundado pelo mal (I João 5:19).

Através de uma atitude inadvertida. Adão se deixou levar pelo apelo de Eva e, não medindo consequências, tomou parte do pecado proposto por ela. Este ato levou toda criação ao sofrimento (Romanos 8:22). Ainda assim, o Criador providenciou um meio para que o homem pudesse ter resgatada a paz vivida pelos dois no jardim do Éden. Em Jesus Cristo podemos vivenciar o mesmo sentimento de paz que Adão experimentou no paraíso (João 14:27). Assim como o diabo conseguiu fazer com que Eva fosse usada como seu instrumento para operar a queda de Adão, hoje ele tem se utilizado dos meios de comunicação e da tecnologia para desviar o homem de sua comunhão com o Criador (I Coríntios 1:9). É preciso que a Igreja de Cristo esteja atenta para identificar até onde o uso da tecnologia não é prejudicial e não visa abalar a paz do indivíduo com notícias devastadoras.


Conclusão

Ao estudar o amor, o gozo e a paz, percebemos que elas se referem aos sentimentos do homem consigo próprio, isto é, fazem com que o indivíduo tenha uma vida melhor. O amadurecimento desta primeira seção do fruto do Espírito proporcionará um bem-estar indescritível para o homem.




O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível.  Este fruto só será completo se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 15 de maio  de 2016, de nossa EBD.

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