quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Quarta Forte com Ev. Lucas Gomes


A Quarta Forte deste dia 30 de novembro de 2016 foi fortíssima, com a participação especial da Casa Orebe e da cantora mirim Vitória. Os louvores ficaram a cargo do Ministério Unção de Adoradores (Itapira SP), e a palavra revelada foi ministrada pelo Ev. Lucas Gomes, que iniciou sua mensagem dizendo: “Não existem decepções, quando Jesus é convidado para a festa”.



João 2 registra o primeiro grande milagre de Jesus, que reverteu a tristeza de uma festa falida, numa grande celebração de alegria. Cristo estava iniciando seu ministério na Galileia, arrebanhando seus primeiros discípulos, quando foi convidado para participar de uma festa de casamento na cidade de Caná. A celebração de um casamento judaico durava cerca de sete dias, o que demandava numa grande quantidade de alimentos e bebidas para satisfazer os convidados. E obviamente, o vinho era a “alma” da festa.

Porém, aquele casamento seria marcado por uma tragédia social, já que durante os festejos, o vinho acabou, sem condições do estoque ser resposto. A família se desesperou.... Os noivos se entreolharam angustiados... O que os convidados iriam falar?   O momento mais feliz da vida daquele jovem casal estava desmoronando em frustração e decepção. Porém, o que eles ainda não sabiam, é que ao convidarem Jesus para sua festa, haviam trazido para dentro de sua casa a solução de causas impossíveis...

Maria, a mãe de Jesus, apresentou seu filho a família, e recomendou aos serviçais que todas as ordens de Cristo fossem seguidas rigorosamente. E Jesus surpreendeu a todos ao pedir que seis talhas fossem cheias de água, e que depois, uma taça fosse cheia com o conteúdo dos jarros e levado ao mestre de cerimonias. Para a surpresa de todos, a água havia se transformado num vinho de qualidade excepcional....

Assim como aquele casal de Caná, também somos surpreendidos com notícias que põem nosso mundo de ponta cabeça. Dias ensolarados se desmancham em tempestade, sorrisos se encharcam em lágrimas dolorosas, a saúde é atingida pela dor e a vida é abraçada traiçoeiramente pela morte. A ordem vira caos. A celebração se transforma em luto. Sonhos sucumbem diante da realidade.

Porém, em Apocalipse 3:20, somos lembrados que Jesus está batendo na porta da nossa vida, esperando um convite para entrar. Quem o recebe como um convidado de honra, recebe a vida que afugente a morte, a paz que constrange a guerra, o amor que lança fora o medo. Jesus junta os pedaços quebrados e faz uma obra de arte, basta entregar os cacos em sua mão. O caos encontra ordem em sua ilustre presença e a tempestade se acalma ao som de sua voz. Não existem decepções quando Jesus é convidado para a festa!

Então, não perca tempo.... Receba agora em sua vida este convidado especial, pois com Ele, o céu encontra uma extensão em seu lar!


Alegrando-se em tempos difíceis


Viver neste mundo não é nada fácil. A cada dia fica mais claro que estamos próximos da vinda de Jesus, porém sabemos que enquanto isto não ocorre teremos que ser sustentados pelo poder do Espírito Santo, que nos permite viver alegres em meio às tribulações (Apocalipse 22:20).

O amadurecimento do fruto do Espírito Santo tem a incrível capacidade de modificar a situação do homem. Por pior que seja o momento pelo qual o indivíduo está passando, a alegria se fará presente pelo simples fato do agir de Deus (Salmo 30:11). Para Deus, não há mal que Ele não possa debelar (Isaías 65:19). Quando tudo parecer perdido, ore, porque a oração funciona como adubo para o amadurecimento do fruto do Espírito.

A cada dia recebemos através da mídia notícias que nos entristecem por vermos a queda moral da raça humana. O mundo vive uma falsa alegria, mas, para os salvos, Jesus Cristo prometeu que converteria a tristeza em alegria (João 16:20). Enquanto o mundo vive uma falsa alegria sem saber o que há de lhe acontecer no futuro, o homem justo e fiel a Deus vive uma alegria interior verdadeira, que lhe garante uma bênção futura (Mateus 5:12a).

O gozo e a alegria que o mundo espera viver estão baseados em prazeres da carne (Romanos 8:8). Tais prazeres são efêmeros, pois não podem ser experimentados na eternidade. A alegria de poder viajar, morar em locais privilegiados, se alimentar de comidas finas certamente não irá nos acompanhar em nossa vida futura.

Essa alegria experimentada em nosso corpo físico cessará com a desintegração deste corpo. Entretanto, o gozo do Espírito pode ser experimentado tanto neste corpo quanto no vindouro. Fica claro então para nós qual deve ser o gozo que devemos escolher experimentar. O texto de Isaías 9:3 nos mostra como podemos nos alegrar por coisas materiais, não estando impedidos de nos alegrar na presença do nosso Deus em espírito. Se nos deixarmos levar por tudo que nos é proposto pelos canais de comunicação, ficaremos à mercê de tudo que o inimigo espera que valorizemos. Em sua carta aos Colossenses, Paulo nos adverte que devemos valorizar as coisas que são terrenas (Colossenses 3:1-2).

O gozo produzido pelo amadurecimento do Fruto do Espírito nos é entregue pelo Senhor, logo devemos fortalecer nossos sentimentos e desejos em Jesus Cristo, o autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12:2), pois, assim como, com alegria, Ele suportou a morte na cruz, nós também experimentaremos com gozo a vida eterna com Ele.

O livro de Atos dos Apóstolos nos mostra que em diversos momentos a Igreja do Senhor sofreu perseguição sem, contudo, perder a alegria gerada pela ação do Espírito Santo (Atos 2:46).

Entretanto, em uma passagem mais que especial, Lucas nos conta acerca da Prisão de Paulo e Silas. No capítulo 16 deste livro, vemos que os servos de Deus deveriam ter todos os motivos para sentirem-se perdedores, porém a alegria sentida por eles era tão imensa que os mesmos cantavam sem parar, até que o Senhor os libertou com um terremoto. Podemos perceber que Deus se alegra quando damos o testemunho de louvor. O testemunho de louvor é uma prova íntima de alegria produzida no fruto do Espírito.

Mesmo vivendo uma situação de aparente derrota o cristão sempre será um vencedor e por este motivo sempre expressará o gozo do Espírito. O posicionamento de Paulo e Silas naquele momento, que parecia ser o fim, impactou o carcereiro, que não se conteve em desejar experimentar o motivo da tamanha alegria expressada pelos servos do Senhor. A certeza da salvação produz no indivíduo um gozo indescritível que só percebe quem recebe o Fruto do Espírito (Atos 16:30-31).

Os momentos ruins podem até ser comuns em nossas vidas, mas o gozo do Fruto do Espírito Santo certamente nos ajudará a superá-los.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Artigo - Síndrome de Osgood-Schlatter


A Síndrome de Osgood-Schlatter (OS) constitui em uma doença osteomuscular comum em adolescentes, com uma incidência maior nos meninos entre 10 e 15 anos de idade, praticantes de atividade física, sobretudo, futebol. Os relatos incidentes são por conta da maior participação dos meninos nas atividades físicas, mas lembrando, é uma síndrome que pode também atingir as meninas na mesma faixa etária.

É uma condição que é gerada pelo estresse do tendão patelar, podendo causar micro fraturas por avulsão associado a um processo inflamatório, levando assim um crescimento ósseo em excesso gerando uma protuberância visível que pode ser muito doloroso quando tocado e nas atividades físicas. A síndrome desenvolve-se geralmente em adolescentes que possui encurtamento da musculatura de coxa e perda da força do quadríceps. 

Tratamento:

Usualmente, a lesão resolve-se espontaneamente ou com tratamento conservador (fisioterapia e fortalecimento muscular), como a redução da prática desportiva, uso de anti-inflamatórios, e, até, infiltrações locais com lidocaína ou corticosteroides. Alguns raros casos, porém, não respondem ao tratamento conservador e a cirurgia é necessária para aliviar a dor. A maioria dos autores recomenda a excisão (retirada) do ossículo livre e presente na porção distal do ligamento patelar.

A Fisioterapia pode atuar sobre os alongamentos dos músculos isquiotibiais e quadríceps com um reforço maior no aparelho de extensão do joelho para restaurar o equilíbrio patelar, Crioterapia quando se tratar de uma fase aguda ou após atividades esportiva, mobilização articular, posteriormente fortalecendo toda musculatura envolvida para evitar recidivas. Promovendo uma melhor funcionalidade da região e uma melhor qualidade de vida para o paciente.

Élita Pavan




segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Encurralados pela Verdade


Em um mundo materialista como o nosso, parece até descontextualizado o ensinamento sobre a total confiança na providência divina.

Infelizmente, o modelo hedonista de vida terrena, (humana e individualista), que é difundido nesta geração,  tem transformado até mesmo o modo de pensar de muitos cristãos, cada vez mais apegados a bens terrenos e passageiros. Os crentes desta geração perversa, tem a cada dia, se afastado mais e mais da simplicidade do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo e da sua mensagem simplificada:

- Busque primeiro o Reino de Deus, e as demais coisas vós serão acrescentadas diariamente, conforme vossas necessidades (Mateus 6:33-34). 

Nossa geração é imediatista e quer transformar nosso Deus em um mero serviçal, pronto a atender nossos caprichos. Fato é, que as pessoas querem fazer, viver, agir, sentir, ter as coisas que lhes dão prazer sem medir suas consequências ou considerar a vontade de Deus, e o mais incrível disso tudo, é que nós, “os crentes” em Cristo estamos vivendo em escalas massivas este conceito deturpado,  e seguindo neste circuito devastador e degradante, que nos afasta da verdadeira fé.

Com o surgimento da “malévola” Teologia da Prosperidade e a crescente onda da pseudo “auto-suficiência cristã”, muitos crentes tem se corrompido nas raízes de sua fé, e assim perdendo o foco da vida cristã verdadeira. A falta de apetite pela palavra de Deus, por uma vida de comunhão com o Senhor, a ausência de oração e de uma vida santa diante de Deus, tem levado muitos crentes a caírem no engano de Satanás, e nos últimos dias, este numero só faz aumentar.

É visível a baixa estima dos crentes em relação a sua própria fé, e o descaso desta geração pela providencia de Deus.

Nunca se viu em uma geração tão vazia de dependência divina, como a que estamos vendo agora. Em toda a história da igreja, essa é a geração mais corrupta em sua vida cristã. Tenho medo, e tremo só em pensar, nas consequências que virão sobre a igreja, se não nos voltarmos para Deus com “muita urgência”.

O tema é confrontador para nós, pois nos coloca contra a parede da decisão. Ou serviremos a Deus ou ao diabo. Ou escolhemos seguir a Cristo ou aos enganos das riquezas terrenas. Ou ajuntaremos tesouro nos céus ou aqui na terra. Ou nos gastaremos pelo céu ou seremos consumidos pela terra. Não vejo outra opção.

Estamos encurralados pela verdade.

Pb. Bene Wanderley

domingo, 27 de novembro de 2016

O poder da descentralização do poder


Já imaginou um jogador que bate o escanteio e ao mesmo tempo corre para cabecear a bola? Impossível não é? Ele jamais daria conta de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Assim estava Moisés, solitário, prestando assistência ao povo, desde a manhã até o pôr do sol (Êxodo 18:14).

Uma fila enorme de pessoas para atender e responder às suas necessidades, sem ter sequer um auxiliar. Jetro, seu sogro, observou que não era bom o que Moisés fazia, e teve a preocupação, e a ousadia de lhe dizer que era incorreto. Jetro, sem dúvida, demonstrou um tino especial para liderança, apontando-lhe a solução, o ato de delegar tarefas e atribuições. Delegar é o ato de transmitir poderes, de conferir a alguém representatividade, de incumbir alguém a julgar, resolver ou trabalhar em alguma coisa. Nas Escrituras, encontramos inúmeros exemplos do ato de delegar - Deus delegou Moisés para libertar o povo do governo egípcio; Moisés instituiu líderes que julgassem o povo; Josué foi delegado para ser sucessor de Moisés; Jesus delegou seus discípulos para evangelizarem a Israel, Paulo delegou muitos obreiros para trabalharem em várias regiões, por exemplo, enviou Timóteo a Éfeso, enviou Tito a Creta e Epafras a Colossos.

Quando um líder entende que é limitado e que precisa expandir a visão além de si mesmo, ele delega poderes a outros e assim a sua capacidade se multiplica: - E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros (II Timóteo 2:2). 

Não importa quão excelente seja um líder, a unidade é tudo em um ministério aprovado. Uma das maiores lições que um líder precisa aprender é que ninguém pode fazer tudo sozinho. Do mesmo modo que uma equipe necessita de bons jogadores para ganhar, uma organização também necessita de bons líderes para alcançar êxito. Jetro observou Moisés julgar o povo, e percebeu que ele exercia a plena função de juiz para estes mais de dois milhões de pessoas, sem dividir a responsabilidade com os outros. Jetro questionou a sabedoria de Moisés em servir só e manter as pessoas esperando o dia todo para terem seus casos resolvidos.

Moisés apresentou suas razões para fazer o trabalho assim: primeiro disse que ele buscava a vontade de Deus para resolver as questões, e também aproveitava a ocasião para ensinar ao povo os estatutos de Deus e as suas leis. Considerando que ele era o único com quem Deus falava, ele achava necessário agir diretamente com as pessoas em relação a todos os problemas. Mas Jetro não ficou satisfeito com estas explicações, pois entendia que o método utilizado por Moisés não era bom. 

Mesmo um homem de sua força não podia esquecer que era um simples humano e com este tipo de procedimento mais atrapalhava do que ajudava, e então aconselhou:  - Não pode fazer tudo este trabalho sozinho, pois ele é pesado tanto para você, quanto para o povo - Moisés deveria saber acerca disso, mas ele, como tantos outros, precisava de um amigo para lhe mostrar a realidade. Este método não só era trabalhoso em si, mas também causava dificuldades para as pessoas que eram forçadas a esperar na fila por muitas horas.

Jetro não negou a posição de Moisés como porta-voz de Deus; ele ainda estaria pelo povo diante de Deus, quer dizer, representaria o povo perante Deus. Também continuaria sendo tarefa de Moisés ensinar os estatutos e as leis e dirigir o povo no caminho em que deveriam andar e no que deveriam fazer. Contudo, para cumprir sabiamente os propósitos de Deus, Moisés deveria escolher homens capazes, tementes a Deus, “homens de verdade”, que aborrecessem  a avareza, e colocá-los sobre o povo por maiorais de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Talvez estes números se refiram a famílias e não a pessoas. Os homens serviriam na função de juízes de tribunal inferior e tribunal superior, cada líder de grupo menor responsável a quem estava acima dele. Quem não estivesse satisfeito com uma sentença de instância inferior poderia apelar para um tribunal superior. Isto significaria que inumeráveis sentenças não chegariam a Moisés.

Obviamente, não basta a um líder apenas entender que possui limitações, e que precisa ser representado para aumentar seu raio de ação. Um líder precisa ser claro quanto ao que o seu representante vai fazer. Jetro interveio na liderança de Moisés, dando-lhe claras explicações de como deveria interagir - E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez; Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo (Êxodo 18:21-22) - Jetro aconselhou e Moisés seguiu o que havia dito. Com isso, ele ganhou agilidade e pode servir melhor, e em contra partida os liderados se ocuparam, e todos passaram a trabalhar num objetivo comum. 

Diferente desse modelo, hoje, em muitas igrejas, encontramos dois grupos de pessoas nomeadas: os que não sabem o que fazer, e os que querem fazer o que não lhes foi determinado. Todo líder precisa compreender a responsabilidade que está sobre seus ombros ao dar poder a alguém para agir. O poder pode mudar a mentalidade de uma pessoa, como no fato narrado em Atos 8:19-21, quando um homem chamado Simão, tentou adquirir o poder do Espírito Santo através de bens materiais - e disse: “Deem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”. Pedro respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro? Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus... 

Um líder precisa observar se além de capacidade, o tal também possui uma chamada da parte de Deus. A posição pode mudar o status, mas pode não resolver o problema para o qual foi designado. Um certificado de médico não resolve o problema de um doente. O conselho de Jetro era para que Moisés buscasse pessoas capazes, e os nomeasse conforme a capacidade de cada um: “põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo”. Se a capacidade dos encarregados for negligenciada bem como outras qualidades o prejuízo será de todos.

No texto de Deuteronômio 1:13-26, encontramos alguns critérios usado por Moisés para designar sua liderança adjunta, as quais podemos chamar de “As Qualificações para Líderes”. Dentre elas destacam-se:

1) Humildade no aconselhamento
2) Reconhecimento da fraqueza humana
3) Preocupação pelo melhor de Deus
4) Integridade de caráter
5) Boa vontade em obedecer

Além destas características fundamentais para um líder cristão, é preciso também avaliar a capacidade pessoal e as condições de trabalho adequado a cada indivíduo. O Senhor Jesus foi criterioso ao enviar seus discípulos representantes, respeitando os atributos individuais.  

Além de instruí-los Ele os enviou aos pares, pois a solidão é desagradável e traz consigo as suas tentações. E mesmo dentro desses pares, Jesus também utilizou critérios ligados ao temperamento, afinidade e aptidão de cada um. Observe atentamente como ficou estabelecidos os pares: Simão Pedro e André, esses dois eram irmãos; Tiago e João, ambos filhos de Zebedeu; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que traiu Jesus. Note, por exemplo, que Simão, o Zelote e Judas, o Iscariotes, eram pessoas que tinham ambições e diálogo mais político.


sábado, 26 de novembro de 2016

Uma síntese da obra messiânica


Os evangelhos não apresentam apenas um quadro das atividades de Jesus, nem tampouco são biografias técnicas.  Mateus escreveu para uma audiência hebraica, por isso fez questão de destacar a genealogia de Jesus e o cumprimento das profecias do Velho Testamento, que comprovavam o fato de Cristo ser o tão esperado Messias. Mateus é enfático ao indicar a linhagem real de Jesus, identificando-o como o “Filho de Davi” que ocuparia para sempre o trono de Israel (Mateus 9:27; 21:9). 

Sabemos que o Evangelho segundo Mateus foi escrito para os crentes judaicos, com a finalidade de mostrar que de fato Jesus era o Messias esperado.  Para isso, Mateus apoia-se nas revelações, promessas e profecias do Antigo Testamento. É a Bíblia testificando a própria Bíblia. Outro fato interessante neste Evangelho é o uso da genealogia, onde Mateus faz a linhagem de Jesus retroceder até Abraão.  O evangelista declara repetidas vezes que Jesus é o "Filho de Davi" (1:1; 9:27; 12:23; 15:22; 20:30-31; 21:9-15; 22:41-45). Em resumo, o Jesus dá história também é histórico.

Neste Evangelho, encontramos com detalhes o ministério de Jesus desde o seu nascimento até sua ressurreição. Temos no próprio livro o registro do encontro de Mateus com o "Mestre dos mestres", evento que mudou sua vida. De cobrador de impostos à discípulo de Jesus. Nele também conhecemos o homem chamado de precursor do Messias - "João Batista". Mateus nos dá informações preciosas da vida e mensagem desse grande homem de Deus. Os milagres de Jesus registrado neste livro possuem minuciosos detalhes que nos impressionam mesmo depois de repetidas leituras. Mateus tem uma vibrante conotação didática e ao mesmo tempo linguagem simples que facilita nossa compreensão acerca do Reino de Deus.

Deus esteve por quatrocentos anos preparando o mundo para a chegada de Jesus, e agora o cenário estava pronto. Antes, porém, um mensageiro deveria ser enviado, uma voz que clamaria no deserto preparando o caminho do Senhor e aplainado a estrada para Deus (Isaías 40:3). Por séculos, os profetas estiveram extintos, mas Deus volta a se manifestar exatamente para anunciar o nascimento do maior deles, e o seu nome era João (Mateus 11:11). Logo em seguida, por intermédio de um anjo, Deus revelaria a uma jovem chamada Maria que ela daria à luz ao Salvador do Mundo.

Maria, sua mãe estava desposada com José. Jovem de boa índole e moral elevada, achou- se grávida pelo Espírito Santo. Quando José tomou  ciência dessa situação tentou deixar Maria em segredo, mas logo, sendo visitado por um anjo em sonhos, resolveu receber Maria como sua mulher. Um ato de grande abnegação pessoal. Um decreto de César obrigava que os homens fossem à sua cidade natal para se alistarem. Dessa maneira, José teve de ir a Belém, levando consigo a Maria. Ao chegarem lá, não conseguiram lugar adequado numa hospedaria por já estar lotada. Quando estas lotavam, os hóspedes acomodavam-se no estábulo da hospedaria e foi assim que Jesus nasceu, cumprindo a profecia acerca do lugar de seu nascimento.

O primeiro testemunho público sobre a divindade de Jesus foi proferido por João Batista, assim que Cristo passou pelo teste da provação no deserto. Ele não apenas relatou a visão que tivera no momento em que estava batizando Jesus, como também afirmou aos seus ouvintes que Cristo era o Cordeiro de Deus que iria tirar o pecado do mundo (João 1:29-37). Mas nem todos compreenderam de imediato esta revelação, afinal, conforme profetizado 700 anos antes por Isaías, nada de “muito especial” seria percebido naquele homem em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu rosto era familiar demais para ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena cidade e sido criado em uma região sem maiores relevâncias.

Sua profissão não era nobre e seu nome extremamente comum. Enfim, aparentemente, nada se via naquele carpinteiro de Nazaré que despertasse grande curiosidade em conhecê-lo melhor. Mas Jesus tinha algo especial, que o fazia ser melhor que seus autodenominados inimigos. Ele era o Filho de Deus, e suas palavras jamais soaram vazias ou pragmáticas, pois eram acompanhadas de sinais e prodígios maravilhosos. Seus feitos percorriam toda a terra, despertando o interesse de um número cada vez maior de pessoas para a mensagem do "Rabi Carpinteiro".

A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (João 1.14). Portanto, enfatizaremos a seguir o teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa incumbência intransferível. A maneira de viver que Jesus partilhou com os que estavam à Sua volta foi suficiente para influenciar as demais gerações que sucederam depois d’Ele (Tiago 1:18). Mesmo ainda jovem ocupou a sua mente e seu tempo em cumprir estritamente os propósitos do Pai que o enviou para uma obra incomparável (Lucas 2:52).

Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela maneira fiel com que se relacionou com o Altíssimo. A submissão de Jesus em concretizar o plano de salvação designado por Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso o condicionou a conviver com pessoas influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter o domínio cultural e territorial de seus súditos.

Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito, imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o Criador (II Coríntios 5:18,19).

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Biografia - Henriqueta Rosa Fernandes Braga




Henriqueta Rosa Fernandes Braga teve pioneirismo em suas veias. Descendeu de duas famílias evangélicas tradicionais intimamente ligadas aos inícios do trabalho evangélico no Brasil.

Foi pioneira na participação musical em programas radiofônicos evangélicos (começando com “Hora Cristã” em 1931, na Rádio Educadora). Pioneira, no meio evangélico carioca, na apresentação de audições sacras com o Coro da Igreja Evangélica Fluminense (coro que ela dirigiu de 1932 a 1948). Pioneira, no Brasil, com o mesmo coro, na gravação de hinos sacros as Companhias RCA VICTOR E ODEON. Pioneira na apresentação de um coro evangélico em programa de alto gabarito como era, na ocasião, “ONDAS MUSICAIS”. Pioneira em coligir dados sobre a música sacra evangélica no Brasil e em publicá-los em volumes.

Sua avó paterna, Christina Faulhaber (mais tarde, Fernandes Braga), foi aluna da Escola Dominical fundada por D. Sarah Kalley, em Petrópolis em 1855. Ela frequentava a classe em alemão, pois, a Srª. Kalley, além das classes ministradas na língua vernácula, em horários diferentes, dava aula em alemão e inglês.

Seu avô paterno, José Luiz Fernandes Braga, português, foi colaborador direto do Dr. Robert Reid Kalley, fundador do primeiro trabalho evangélico do país. O Sr. Braga foi o primeiro superintendente de uma Escola Dominical no Brasil.

Seu avô materno, Professor Remígio Cerqueira Leite, foi uma das primeiras pessoas a aceitar o evangelho quando anunciado na cidade de São Paulo pelo missionário Alexander Blackford, que já encontrara ali a semente em desenvolvimento, lançada pelo ex-padre José Manuel da Conceição, cuja irmã se casara na família Cerqueira Leite.

Sua avó materna, Rosa Edith Vieira Ferreira (depois, Cerqueira Leite), sobrinha do grande matemático brasileiro, o afamado “Souzinha” (Joaquim Gomes de Souza), descendente duma importante família de São Luiz do Maranhão – Gomes de Souza – que teve dois de seus membros, batizados pelo Rev. George Butler, logo no início do trabalho presbiteriano em São Luiz.

Seu pai, José Luiz Fernandes Braga Júnior, presbítero da Igreja Evangélica Fluminense, muito trabalhou pela Associação Cristã de Moços pelo Hospital Evangélico. Foi, juntamente com um cunhado, o fundador do jornal “O CRISTÃO”, hoje, órgão oficial da denominação congregacional.

Estas duas famílias, acimas citadas, merecem uma história à parte, mas, desta vez, queremos falar de Henriqueta Rosa Fernandes Braga. Henriqueta Rosa, foi carioca de nascimento. Nascida em 12 de Março de 1909, de pai carioca e mãe paulista, ela guardou recordações de uma infância cheia de alegrias e aventuras. A música no lar exerceu uma grande influência em sua vida. Era muito comum sentar, com os seus irmãos, ao redor do piano para ouvir a mãe tocar as Sonatas de Mozart, ou mesmo escutar as gravações (inclusive de música sacra) que constituíam, desde cedo, a organizada e escolhida discoteca da família.

Seus pais, cultos e estudiosos, acompanhavam sempre, com desvelo, os seus estudos, capacitando-os para uma melhor técnica de aprendizagem e desenvolvimento. À noite, em seu lar, podia-se ver, curvados sobre os livros, pai, mãe e filhos, num admirável exemplo de diligência intelectual. Talvez, mais importante que tudo, fosse o culto doméstico que coroava o dia de trabalho e no qual eram apresentados ao Pai Celeste os agradecimentos pelos benefícios recebidos, e expostas as dificuldades, implorando a sua constante direção para a vida de cada um. E, em paz e tranquilidade, despedia-se a família para o repouso noturno.

Henriqueta Rosa Fernandes Braga, além de completar o Curso Superior na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil, possuiu os Diplomas de Professora de Piano e Maestrina, expedidos pela mesma Escola, onde foi aluna, entre outros, dos Professores Francisco Mignone, Luiz Heitor Correa de Azevedo, Cônego Alfeo e Elza Barrozo Murtinho. Teve ainda os Cursos de Formação de Professor, Psicologia Educacional e Organização de Bibliotecas Musicais.

Foi Professora Catedrática de História da Música na Escola Nacional de Música; Professora Titular da mesma matéria no Instituto Villa-Lobos, e de Pedagogia Musical e História da Música no Conservatório Brasileiro de Música. Obteve Diploma e Medalha “Silvio Romero”, outorgados pela Secretaria Geral de Educação e Cultura da Prefeitura do Distrito Federal, e a Medalha “Alexandre Levy”, concedida pela família do compositor paulista.

Foi membro da Comissão que preparou o “Hinário Evangélico” e fez parte da Comissão Revisora dos “Salmos e Hinos”. Em abril de 1966, quando foi organizado o Conselho de Cultura do Estado da Guanabara, Henriqueta Braga foi indicada para ser um dos seus 12 conselheiros.

Durante 5 anos, preparou aulas semanais de História da Música para o programa “Conservatório no Ar” da Rádio Roquete Pinto. Membro de várias organizações musicais nacionais e internacionais, Henriqueta Rosa Fernandes Braga foi a maior escritora evangélica de livros sobre música: “Cânticos de Natal”, “Do Coral e Sua Projeção na História da Música”, “Música Sacra Evangélica no Brasil”, “Peculiaridades e Melodias do Cancioneiro Infantil Brasileiro” e “Pontos e História da Música” (em colaboração com Luiz Heitor Corrêa de Azevedo).

Como compositora, também, Henriqueta Rosa deu a sua contribuição. Podemos citar as seguintes obras publicadas: “Salmo 5”, “Sonhemos” e “Senhor, eu preciso de Ti”. Henriqueta Rosa Fernandes Braga foi uma giganta da música. O seu nome está firmemente escrito na história da música sacra evangélica brasileira.

Ela irradiava simpatia. Capacitadíssima, mas modesta. Elegante, mas simples. Importante, mas acessível. E o “pioneirismo” que correu em suas veias deixou um importante legado para a música sacra do Brasil. Henriqueta Rosa Fernandes Braga faleceu em 21 de junho de 1983 no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

EBD - A oração como adoração


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 09
Comentarista: Pr. José Elias Croce












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley












Confira nossa biblioteca de estudos na página especial da EBD

Texto Áureo
Salmos 42:8
Contudo, o Senhor mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.

Verdade Aplicada
A oração é um dos ingredientes essenciais de uma verdadeira adoração.

Textos de Referência
Salmos 42:1-4
Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?
As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?
Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava.

Introdução

Nossa alma carece da oração. Orar é muito mais do que apresentar a Deus uma lista interminável de petições. Os adoradores genuínos amam a oração, pois dela tiram tudo que são e que oferecem ao Senhor (Lucas 18:1-8).


Vida de Oração
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Numa linguagem cristã, a oração pode ser entendida de muitas maneiras. Alguns a entendem como uma “linha telefônica” direta para o céu, outros dizem que ela é uma conversa franca e profunda entre “um pai e um filho”, ou ainda um diálogo revigorante com o “melhor amigo”. Todos estes pensamentos, guardadas as devidas proporções, estão corretos em seu entendimento. Orar é estreitar nosso vínculo com o Criador, é avançar diariamente numa relação de intimidade com o Salvador do Mundo, é falar diretamente com aquele que tem o poder absoluto sobre todas as coisas. Um cristão que não mantém em sua vida uma rotina constante de oração, pode ser comparado a uma chama da qual se retira o oxigênio: inevitavelmente, ela irá se apagar. 

O homem sempre precisou da instrução divina afim de sobreviver espiritualmente as descobertas do mundo. No Jardim do Éden, Adão e Eva eram como duas crianças se descobrindo, e Deus fazia questão de todas as tardes, visitar os seus filhos para instruí-los em todos os aspectos da arte de viver. Literalmente, Deus “conversava” com o primeiro casal sobre os mais variados aspectos da vida. Infelizmente, a desobediência quebraria essa aliança. No desejo de serem iguais a Deus, eles acabaram se afastando de Deus, perdendo a inocência e violando a santidade. Já não podiam olhar a face de Deus e nem serem visitados com cordialidade ao por do sol (I Timóteo 6:16). Mas dentro deles, ainda habitava o Espírito que clamava por Deus. Mesmo que a carne do homem se sobreponha ao seu Espírito, ela jamais irá calar sua voz. Ele estará lá dentro, desesperado, inquieto e aflito, sabendo que Deus é o oxigênio que mantém acessa a chama da vida eterna, e sem Ele, cedo ou tarde, até mesmo a mais resistente fagulha se apagará.

Daí nasce o vazio interior, a busca desenfreada por prazeres passageiros, a ausência completa de paz. O homem saiu do jardim, mas o Jardim ainda está no homem. Mudou-se a forma, mas a conversa diária com o Criador ainda é necessária. Sem dialogar com Deus e buscar sua orientação, o homem jamais será plenamente feliz. Felizmente, mesmo que visitas vespertinas "tangíveis" do Criador não sejam mais possíveis,  a prática do diálogo é  possível, e não se faz necessários agendamentos prévios ou formalidades desnecessárias. E esta é a essência da oração. Esta é a necessidade de se orar. Sem a oração, o crente se torna uma lembrança esquecida, uma lágrima perdida no meio da tempestade, cinzas de um holocausto nuclear. A falta da intimidade com Deus é um passaporte para a escuridão eterna, pois se não desejamos estar próximos ao Senhor nestes breves anos terrenos, é paradoxal desejar estar ao seu lado por toda a eternidade. Assim, é preciso entender a oração como um “teste” que demonstra a intenção de nossos corações para com Deus, e um “exercício espiritual”, que nos mantém preparados para uma maratona eterna de louvor e adoração. Podemos dizer que a prática diária da oração exige abnegação, sacrifícios e renúncias, sendo por vezes uma rotina cansativa e até pesarosa, afinal, como já dizia Martin Lutero, a oração é o “suor da alma”.

Porém, uma vida dedicada a oração se torna prazerosa, pois nada pode trazer mais paz e felicidade ao coração humano do que desfrutar da intimidade com Deus. A rotina da oração pode sim ser pesarosa, pois traz em seu bojo a questão da sobrevivência, afinal, é preciso orar para “não” morrer no sentido espiritual. Porém, o tempo e a persistência vão deixando esta prática cada vez mais agradável, e o homem que faz da sua oração um hino de louvor, passa a orar não por uma necessidade mesquinha, mas sim porque deseja estar perto de seu Deus, conversar com seu melhor amigo, desabafar e ser aconselhado por seu pai. Neste ponto, a oração se torna uma atividade tão prazerosa, que já não é mais possível deixar de praticá-la. Quando o evangelista inglês Smith Wigglesworth, famoso por realizar obras portentosas em nome de Jesus, foi questionado sobre sua vida de oração, prontamente respondeu: - "Eu nunca oro mais do que cinco minutos, e eu nunca fico mais do que dez minutos sem orar".


A oração no século da indiferença

A atualidade é marcada por ser a era da indiferença. Em tempos assim, orar é revolucionário, pois, se a oração revela nossas preocupações com os outros, quando oramos por nossos irmãos, quebramos as garras da indiferença e afirmamos pertencer ao Corpo de Cristo. Existem três qualidades essenciais para a experiência da oração. Primeiro, amor uns pelos outros. A natureza do amor de Cristo é sua segurança de ser amado pelo Pai, que o torna livre para amar os homens sem medo e sem reservas. Segundo, o desprendimento das coisas terrenas. Quando oramos “seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”, desejamos desde já experimentar as realidades eternas aqui. Nossos afetos são transformados. Desejamos mais as coisas que refletem a imagem de Cristo em nós. Terceiro, o exercício da verdadeira humildade. A humildade nasce das duas compreensões básicas. A primeira diz respeito a Deus e a segunda a nós mesmos. É fundamental compreender diante de quem estamos e a quem dirigimos nossas orações, e quem somos nós diante de Deus. A humildade nos faz reconhecer que não temos nada de nós mesmos e que tudo o que temos são dádivas de Deus (Romanos 8:32). Se a indiferença se transforma em regra, o conceito de comunidade agoniza. A oração destrói o edifício da indiferença porque nos coloca no lugar: dependentes de Deus e dos outros. Quando nossos afetos se mostram desordenados, a oração também se nos mostra confusa. A carência nos afetos torna-nos egocêntricos na oração. Não há receitas para a oração. Uma das armas responsáveis pelo declínio da oração nos nossos dias é a tentação da receita. Muitos livros são lançados sobre “como orar”, “sete passos para a oração que Deus responde”, “faça a oração que move a mão de Deus”, e muitos outros nessa infeliz linha. Influenciados pelas lógicas do comércio, esquecemos que orar é conversar com Deus, não comprar um produto qualquer.

O homem pós-moderno julga-se seu próprio deus. Quando tudo é feito para o meu próprio prazer, então sou o deus de minha própria vontade. Contudo, ao orar, estou enfatizando a verdade de que não sou um deus – tenho necessidades, carências. Dirijo-me a um ser maior do que eu. Esse confronto que a oração propõe ao meu ego quebra a arrogância e me torna – ou devolve – a condição original. Como o homem, no século da indiferença, não consegue existir por conta própria, a oração despedaça seu mundo autoconfiante. Esse confronto é um passo para a consciência do quebrantamento. Quando a adoração tem esses elementos: quebrantamento, contrição e carência honesta, transforma-se numa melodia da graça de Deus nesses tempos de distâncias dos corações.

Atualmente, a correria tem afastado muita gente do lugar da oração. Influenciados pela sociedade da pressa, muitos perderam a maravilha de passar tempo em oração. O relógio da pós-modernidade não suporta esperar. As pessoas acham que se perderem algum tempo, diminuirão seus ganho, perderão oportunidades. O sucesso vem antes da espiritualidade. A oração de Moisés precisa ser feita pela massa pós-moderna: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” (Salmo 90:12). Se perdermos essa certeza em relação à vida de oração, estaremos condenados a uma vida insana de correrias e cansaço. Quando aprendermos a dádiva da oração como ingrediente indispensável para a existência feliz e segura, poderemos descansar. Quando oramos, evoluímos da simples expressão de nossa vontade para a abertura mais profunda de nossa dimensão íntima, secreta, discreta e particular. Ser adorador sem oração é como ser pescador e odiar o mar.


Quando Deus diz NÃO
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Somos propensos a buscar o sim para todas as nossas petições. Nossa geração é incentivada a ver o nosso Deus como um mero serviçal que está sempre a postos para atender nossos mimos e nos propiciar o “melhor desta terra”. Não é isto que a Bíblia nos ensina, já que o próprio Cristo nos instruiu a entrar na presença de Deus em oração, convictos que a vontade “DELE” seja feita em nossas vidas, independente daquilo que pedimos ou almejamos. O modelo estrutural de uma oração, nos foi ensinado no contexto do Sermão do Monte, e basicamente é um hino de louvor a soberania de Deus, deixando a necessidade humana em plano secundário. Até porque, uma vez que a vontade de Deus seja soberana em nossa vida, seu Reino virá a nós intensamente (Mateus 6:9-13). Orar não é “pedir”, mas sim, se sujeitar a Deus em humildade e reverência. O teólogo dinamarquês Soren Kierkegaard, definiu muito bem o propósito da oração na seguinte frase: - A função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora. A partir deste entendimento, podemos até apresentar a Deus nossas petições, mas saberemos lidar com sua resposta, principalmente quando a mesma é “NÃO”. Para o aclamado escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, "a grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio".

Deus se nega a atender alguns de nossos pedidos não por ser mau ou imprevisível, mas sim por nos amar e desejar o melhor para cada um de nós. Se um filho pequeno pedir ao seu pai um jogo de facas, certamente não terá seu pedido atendido, exatamente porque seu progenitor deseja protege-lo de cortes e ferimentos. Como uma criança incapaz de lidar com objetos cortantes, somos cada um de nós, com nossos desejos e ambições, que num futuro muito próximo, pode sim se transformar numa arma com a qual nos auto-mutilaremos. Deus já sabe disso. Nós, ainda não. Assim, como um pai zeloso e protetor, o Senhor veda nossa vida com seu manto de amor e nos presenteia com um glorioso NÃO. E pode acreditar, o NÃO de Deus é sua resposta mais significativa. O problema, é que não sabemos lidar com esta realidade, e em decorrência deste condicionamento moderno que coloca o homem no centro do universo, muitos se frustram com Deus, sem compreender a grandeza de seu amor. Deus não fique alegre quando ficamos tristes com sua negativa, mas certamente se alegrará ao encontrar seus filhos no céu e não no inferno, lugar para o qual o seu “SIM” poderia nos enviar.

Quando lemos o texto de Mateus 7:7, ficamos obcecados com a ideia de que nossa insistência nos levar a ter em mãos o fruto de nossos planos, projetos e sonhos. Então, ao nos depararmos com uma porta fechada, a esmurramos insistentemente para que Deus a abra. Mas a grande questão é: - O que tem do outro lado desta porta? Pois é. Deus sabe. É por isso que muitas vezes, Ele mantém a porta fechada, para nos proteger do mal que ainda não conseguimos enxergar, afinal, a benção que queremos hoje, pode se tornar na maldição de amanhã. E Deus deseja que nosso futuro seja de glória e não de ruina, por isso, muitas vezes nosso presente é mantido na escassez para que o futuro seja de grande abastança. Em resumo: Deus sabe o que faz. Quando batemos é a porta continua fechada, a melhor opção que temos é mudar de porta, confiando que aquele que tem nas mãos a Chave de Davi, abrirá apenas aquelas que nos levarão a caminhos de paz. Portanto, quando orarmos, que sejamos prudentes no bater, no pedir e no buscar, para que por mera teimosia, não encontremos o caos e a tragédia que se esconde em muitos “SIMS”.


Desfrutando da intimidade 
com Deus

Intimidade é privilégio de poucos. Uma das grandes tragédias da atualidade é a distância entre nós e Deus. Falta-nos a dimensão do quarto fechado (Mateus 6:6). Se perdermos a intimidade com Deus, também perderemos o senso daquilo que O machuca. Resgatar a maravilha de estar em Sua Presença é resgatar a alegria de adorá-Lo pelo que Ele é. Intimidade é produto do tempo. Não pode ser produzida por arranjos técnicos. É uma santa amizade com Deus. Numa época onde a carência de verdadeiros amigos corrói relacionamentos, a oração nos auxilia na construção de uma relação honesta e segura com o Senhor. Ficamos inquietos quando o dia se arrasta em afazeres (Marta) e o tempo vai dizendo que não conseguiremos desfrutar da presença de Deus (Maria). A oração que adora é a oração que ora! A oração que adora é a oração que ora! É quando sei que posso perder tudo, mas jamais perderei a graça de desfrutar do Amigo por excelência.

A oração nos propicia uma adoração liberta. Chegamos a Deus em absoluta leveza, com coração puro (Hebreus 10:22). Desfrutar da intimidade com Deus é ter a garantia da verdadeira liberdade. Podemos orar honestamente, permitindo que a alma fale com seu Criador. Não há carrascos da culpa, nem carcereiros da religiosidade. Quando a alma ora e adora, é livre para encontrar-se com seu Senhor em absoluto enlace de amor – em êxtase. É importante destacar que os efeitos da ausência de intimidade com Deus são muitos: ver adoração como um negócio; transformar a pregação em uma performance; desenvolver uma espiritualidade positiva barata; entre outros.

Uma das grandes verdades fundamentais da teologia é que Deus é uma pessoa! A oração que adora é aquela que compreende e ama essa verdade. Quando isso acontece, oramos não buscando as dádivas de Deus, mas o Deus acima de qualquer provável benefício. Amamos a pessoa. Não ficamos confundindo Deus com um mágico celestial, mas O respeitamos como ser de relação, ser que abraça e ama. Deus chora por relacionamentos legítimos. Chega de orações interesseiras, pretensiosas e ofensivas ao coração do Pai. O Eterno Senhor Deus escolheu se revelar ao homem utilizando uma imagem de relação: Pai. Infelizmente, muitos enxergam o Pai apenas como provedor, mantenedor de vontades infantis. Essa não deve ser a tônica no nosso relacionamento com Deus. A oração que adora é aquela que desembaça a visão das coisas e fixa nosso olhar no Pai. A passagem bíblica de Mateus 7:7-8 nos aconselha para pedir, buscar e bater. O mesmo texto garante que a porta se abre, o adjetivo da busca é alcançado e o da petição também, mas não diz quando! Muitos, tentando encurtar o tempo da espera, investem na quantidade da reza desvirtuando a oração. Deus não presta atenção à pompa das palavras ou à variedade de expressões, mas à sinceridade e a devoção do coração. É importante lembrar que a chave abre a porta não porque se encaixa na fechadura.



De volta ao Cenáculo
Comentário Adicional
Pb. Bene Wandereley

Quero começar minha linha de pensamento utilizando uma das frases escrita pelo ilustre comentarista desta maravilhosa lição: - A oração preenche de conteúdo nosso louvor. É de conhecimento geral a crise do louvor na atualidade no meio cristão. É totalmente desajustada a forma de se expressar o louvor que engrandece ao Deus Eterno. E como bem colocou o nosso amado Pr. José Elias Croce, a cura para essa doença da falta da qualidade no louvor que agrada a Deus é a oração. Sem oração genuína, nossa vida será vazia, sem cor, sem sentido; assim como nossas atitudes diante de Deus, sem oração não terão valor.  Tenho me dedicado a rever meus conceitos e valores principalmente no que diz respeito ao louvor e a adoração que tenho prestado ao Senhor no meu dia a dia; pois muitas vezes, sou levado a pensar ser alguma coisa à mais daquilo que realmente sou. Então, pra fugir do engano do meu enganoso coração, busco resolutamente o descer nas escadarias da humilhação que é a oração. O problema hodierno é a falta de oração.

Estamos vivendo numa geração que despreza totalmente a oração. Temos muitos bons pregadores, mas, temos poucos pregadores que oram. Temos uma boa teologia da oração, mas temos poucos teólogos que oram. Temos excelentes, cantores, mas, poucos são os cantores que oram. Temos muitos doutores da lei mas, mas poucos doutores que oram. Temos bons pastores, mas, poucos pastores que oram. E a prova viva dessas verdades são os resultados que temos vivido e visto no nosso meio. É catastrófico a situação da igreja, se preocupando em existir apenas no mundo material, se esquecendo que é um organismo vivo Igreja Santa, redimida e lavada no sangue do Cordeiro, o que excede as organizações templarias, as megas catedrais e os mausoléus religiosos espalhados por toda parte. É sufocante a falta de comunicação com os céus em nossos dias, e chega a ser desesperador a falta de oração em nosso meio, causa de verdadeiro caos. Eu particularmente descrevo essa situação como uma "pré tribulação."

Estamos ansiosos pela situação global, a crise financeira, a guerra no oriente médio, as intrigantes palavras e postura do novo presidente dos EUA, a política maltrapilha do nosso país é etc... Mas, me permitam dizer a vocês o que realmente me causa pavor, tremor, horror e desespero: -  A falta da oração em nossas vidas. Estamos à beira de um colapso sem precedentes. Precisamos voltar para o cenáculo. No cenáculo é onde teremos de volta o poder que fora prometido aos discípulos do mestre Jesus. No cenáculo voltaremos a ter poder do alto para manifestar as maravilhas do Reino. No cenáculo, voltaremos a simplicidade do verdadeiro Evangelho de Cristo Jesus. No cenáculo voltaremos a ser os “grandes pequenos” embaixadores do maior governo que existe. No cenáculo veremos as multidões se renderem ao Senhorio de Jesus. No cenáculo voltaremos a adoração que move o coração de Deus. No cenáculo voltaremos a orar segundo a vontade do Pai. Queridos irmãos não teremos um avivamento puro e santo enquanto não voltarmos urgentemente para a oração. Só orando e tendo uma vida de oração é que conseguiremos ter, é viver, uma vida de adoração.


A oração que louva

Muitos dos Salmos são orações cantadas. Alguns dos belos hinos de nossa Harpa Cristã são orações cantadas. Essa atitude de cantar orações cantadas. Essa atitude de cantar orações é uma das práticas mais antigas da espiritualidade cristã. Ela evoca dimensões profundas do envolvimento entre o ser que ora e o ser que ora e o ser que adora – sem distinções – pois orar, cantar e adorar podem ser três acordes de uma mesma sinfonia da alma. Um fato interessante no livro de Salmos é a forte presença da salvação como elemento da oração. Os salmistas apresentam uma situação de crise e a oração; dentro desse contexto aparecem a graça e a salvação. Alguns Salmos chegam a trabalhar, na mesma frase, a dor e o louvor: “Salva-nos, Senhor, porque faltam homens benignos; porque são poucos os fiéis entre os filhos dos homens.” (Salmo 12:1). Orações como essas cantam uma certeza inabalável: há um Deus que caminha conosco na fúria da história. Esse é um dos grandes motivos que temos para orar e louvar: não andamos sozinhos. É importante lembrar que não somos condenados à solidão. Precisamos redescobrir a oração que louva ao Deus companheiro de caminhada. É a oração que se alimenta de um coração que arde pelo caminho (Lucas 24:32). O Eterno Deus não reconhece fórmulas. É perniciosa a ideia de que Deus só responde orações que tenham determinadas marcas, fórmulas. Deus não leva em consideração a reza de um robô treinado para elaborar orações trezentas vezes mais bonitas que a sua. A oração genuína é uma conversa entre Pai e filho. Deus responde a toda e qualquer oração que venha honesta, da alma. O problema é que não entendemos (ou não queremos entender) Suas formas de responder. Muitas são as orações que Deus responde em silêncio, apenas com Seu olhar. Conseguimos realmente discernir o silêncio de Deus? O problema ainda maior é que, imersos num tempo de velocidade, achamos que Deus é obrigado a nos responder objetivamente o mais rápido possível. Assim, distorcemos versículos para a nossa própria tragédia hermenêutica. 

Todos temos motivos para a oração e para o louvor. Motivos para essas práticas nunca vão faltar. Tanto os bons motivos quanto aqueles que trazem dor são todos elementos de uma mesma fé. Oramos e louvamos pelas bênçãos e pelas crises. Oramos e louvamos na festa e no luto. Por quê? Porque nossa composição espiritual é assim. Essa é a nossa natureza. Encontramos forças para orar e certezas para louvar. Encontramos o alívio na oração e a gratidão no louvor. Essas dimensões vão se encontrando em nossa vida cristã todos os dias. Assim, em qualquer circunstância, devemos orar, e, quando a oração for se tornando nossa respiração (I Tessalonicenses 5:17), então o louvor fluirá livre, leve, pleno e cheio da alegria de nos tornarmos motivos de louvor. Não deve haver contradição entre o ser que ora e o que vive. Algumas pessoas, no momento da oração, parecem completamente outra. Mudam de voz, de personalidade. A oração genuína é aquela que parte de quem sou. Deus não ama as palavras que sei dizer – Ele ama a mim! Não é a beleza ou a correção teológica que legitimam a oração e adoração, mas sim, a integridade da alma. Orações são falas da alma. Enquanto essa verdade não for amada por mim, não orarei de verdade. É contradição mortal orar aquilo que não sou. É amordaçar a alma para que a verdade de quem sou não me machuque. Quando destruímos a contradição entre o ser que ora e o ser que vive, a adoração pode fluir. Deus é Deus de honestos.

A crise do louvor na atualidade é basicamente uma crise de conteúdo. A cura para a doença da falta de qualidade está na oração. Ao invés de fazermos uma reunião para avaliar de forma fria e marqueteira onde estamos errando, voltemos à oração. O cenáculo ainda é o ponto de partida para o poder (Atos 1:12-13). Quando oro, minha alma se deleita em Deus – e isso produz o estado de espírito ideal para o louvor. Não é legítimo o “louvor” que obriga a Deus a fazer uma série de coisas para mim, mas sim, aquele destrona meu ego: “Seja feita a sua vontade”. O caminho de Cristo – esvaziar-se – precisa ser nosso caminho. Quando chegamos à presença de Deus esvaziados do ego e da arrogância, através da oração honesta, ganhamos o conteúdo para louvar, e aí sim temos um novo cântico e uma nova vida. Quando temos a oração como desejo sincero da alma, temos o conteúdo ideal da adoração e podemos viver com a segurança de um filho que pode conversar com seu Pai a qualquer momento.

Conclusão

A oração genuína é uma das mais incríveis formas de adoração. Ela nos ajuda na tarefa bela de chegar a Deus em certeza de fé. Abençoados pelo privilégio de chegar à presença de Deus, temos a alegria de abrir nossas almas e com isso redescobrirmos motivos para louvar.





Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 27 de novembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.