terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Onésimo e Filemom - A lei do amor



Na visão de Paulo, mas vale sair no prejuízo do que entrar em litígio com um irmão de fé (I Coríntios 6:6-7). Antes de escrever sua primeira carta à igreja em Coríntios, o apóstolo havia recebido notícias perturbadoras sobre aquela comunidade. Eles estavam vivendo imersos em conflitos teológicos e rupturas doutrinárias. Paulo envia para aquela igreja a sua carta mais “agressiva”, tratando-os como meninos na fé, levianos e sem amadurecimento espiritual.

Entre os diversos temas abordados na epístola, três dele recebem de Paulo uma atenção especial: dissensões (capitulo 3), litígios (capitulo 4) e divórcios (capitulo 7). Estas questões de destacam entre as demais por um motivo bem específico. Além de corroborar com a crescente ruptura nos laços fraternais daquela comunidade, estavam expondo a igreja diante da sociedade, entregando causas genuinamente eclesiástica ao julgamento secular. Paulo, não se conformava com isso. Após advertir os corintos com veemência sobre a postura que deveriam ter como cristãos, portadores da uma promessa que serão juízes do mundo, e não o contrário, Paulo interpela para que trilhem o mais excelente dos caminhos: a caridade.

No amor se resume a fé cristã, todo o mandamento divino e a vida cotidiana do cristão. Em sua essência, podemos considerar que o amor é o maior de todos os presentes dados por Deus ao ser humano, seja no privilégio de ser amado ou na capacidade de amar. O amor é a base da nossa pregação, é o lema de nossa cruzada celeste, a motivação de nosso serviço e a coluna cervical dos frutos espirituais.

Deus nos ama incondicionalmente, e este é sem dúvida o mais valioso dos presentes. É desfrutando plenamente deste amor que obtemos os meios necessários para manifesta-lo ao próximo. Entretanto, é necessário entender que o amor cristão exercido diariamente não deve ser dado a nós por Deus, mas sim desenvolvido por nós para Deus.

Primeiramente porque Deus já nos amou e por amor Jesus Cristo deu sua vida por nós e agora, imersos neste amor, precisamos desenvolver um amor genuíno por aqueles que nos cercam e para com o nosso próprio Senhor. O desenvolvimento do amor fraternal foi o argumento definitivo de Paulo para dar uma resolução permanente aos embates existentes na igreja de Corinto. Paulo os aconselha a pautarem suas ações e decisões no amor, pois ele tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta (I Coríntios 13:7). Agora, escrevendo a seu amigo Filemom, Paulo lança mais uma vez o mesmo argumento, afim de sanar uma divergência do passado. O que Paulo insistia em ensinar aos seus discípulos é que qualquer julgamento dentro da igreja deve primeiramente passar pela peneira do amor.

Filemom era um bom cristão. Exercia influência positiva na igreja de Colossos, sendo identificado por Paulo como um grande motivador, com a capacidade de reanimar o coração dos santos (Filemom 7). Aquele, sem dúvidas, era um homem de muitas virtudes e deveras amoroso.

Mas ainda existia em Filemom um resquício do passado, quando foi usurpado por um de seus servos. Onésimo causou grande perca a Filemom e se embrenhou pelo mundo, deixando aquela ferida emocional aberta e sem resolução. Havia chegado a hora de agressor e agredido, defraudador e defraudado, assaltando e assaltado se olharem nos olhos mais uma vez, só que agora não como senhorio e escravo, mas sim como irmãos em Cristo. Paulo deseja ardorosamente que este reencontro aconteça, pois, além de ser o “pai” espiritual de ambos, tornou-se amigo pessoal de cada um deles, conhecendo o coração generoso de seus filhos na fé.

Filemom era um homem de posses, que se converteu ao evangelho após a incursão de Paulo na cidade de Colossos. Seu envolvimento com a obra de Deus foi notório e digno de elogios, já que era ativo na proclamação do Evangelho, cedendo sua casa para que uma igreja fosse estabelecida ali. Sendo muito rico e vivendo sob a égide do Império Romano que dava legalidade a escravidão, Filemom era sim dono de diversos escravos.

Onésimo é historicamente lembrado como sendo um dos maiores líderes da igreja de Efésio, mas aqui, aparece apenas como um dos escravos de Filemom. Por algum motivo não relevado, Onésimo fugiu para Roma, aparentemente levando consigo alguns valores e causando grande prejuízo ao seu senhor. Ele, porém, acabou sendo preso em algum ponto de seu caminho, sendo conduzido a uma prisão. Foi exatamente neste período de sua vida, que o escravo fujão passou a conviver com um prisioneiro ilustre chamado Paulo.

Não sabemos ao certo se ambos dividiram uma cela em Roma ou se a amizade se desenvolveu em Éfeso, quando Paulo esteve preso pela primeira vez. Certo é, que Onésimo também aceitou o Evangelho de Cristo, se tornando um colaborador ministerial de Paulo, que por sua vez era o mentor espiritual de Filemom, por quem também nutria grande amizade. 

Paulo possui vínculos fraternais com duas pessoas que entre elas conservam uma rusga do passado. O apostolo vê então a oportunidade de usar sua influência junto a ambos para pôr um fim definitivo a esta questão. A carta para Filemom é mais pessoal das epístolas paulinas, e pode ser entendida como um pedido particular do apóstolo a seu amigo Filemom para que o mesmo perdoe seu também amigo Onésimo.

Teria o escravo aproveitado um momento de distração do senhorio que ouvia atentamente as palavras de um missionário para fugir? Quem sabe. Mas quais seriam as reais possibilidades deste mesmo missionário ser preso por amor a Cristo e acabar dividindo sua cela com um escravo foragido de uma das casas onde ministrará meses atrás? Tudo estava engendrado pelo Senhor, e a perseverança de Paulo foi o ponto de equilíbrio numa história que parecia ser trágica e vertiginosa.

Em sua liberdade, Paulo fez um amigo chamado Filemom, e a igreja de Colosso ganhou um excelente obreiro. Em prisão, desenvolveu a amizade de Onésimo, e a igreja de Éfeso ganhou um bispo. 

Pb. Miquéias Daniel Gomes

domingo, 29 de janeiro de 2017

Amor vs Medo



Falar do “amor” e sobre o “Amor” genuinamente bíblico, pode não ser uma tarefa tão simples para nós que estamos vivendo dias de esfriamento espiritual no meio do povo cristão.

Neste contexto de apostasia, para se falar sobre o amor, com verdade e sem demagogias, é preciso muitas vezes, cortar na própria carne (e isso nunca é bom). Segundo às escrituras, a multiplicação da iniquidade é a causa do esfriamento do amor na vida de tantas pessoas (Mateus 24:12). É interessante ressaltar aqui, um ponto abordado pelo comentarista da lição, que nós, muitas vezes, não observamos e passamos por ele sem a devida consideração: “o medo tem prevalecido sobre o amor”. A expansão do terror decorrente desta crise globalizada, tem enegrecido nossos dias.

A violência em todos os seus ângulos, a explosão da tecnologia e das redes sociais com seus aparatos malignos, o descaramento da corrupção na política mundial, a revolta da natureza que vem sendo deplorada pelo homem, gerando pânico e destruição em muitos lugares com terremotos, maremotos, furação, tufões, tempestades, enchentes, incêndios florestais causados pelo aquecimento global, erupção vulcânicas em vários lugares e tantos outros desastres naturais cada vez mais intensos. Tudo isso tem levado o mundo a um estado de temor e tremor na expectativa pelo fim da humanidade.

Os meios de comunicação tem sido uma arma de destruição massiva para o ânimo, pois as pessoas vivem à mercê das informações desestimulantes, e isso tem roubado a paz da do cidadão, que desiludido vive esperando por um amanhã ainda pior que o hoje.

Com isso, o amor vem se esfriando. É visível a falta de amor, pois onde o medo opera, o amor é lançado no esquecimento.  Em decorrência de todos os problemas latentes no mundo secular, nossos cultos têm se tornado verdadeiros “encontros dos desesperados”, dos angustiados, dos medrosos, dos desesperançosos, dos que vivem em função da crise. Os ministros estão mais para psiquiatras e os altares se tornaram divãs.

Mas não podemos nos esquecer que somos pregadores do “EVANGELHO”, portadores das Boas Novas, mensageiros de um Reino do Amor, onde todo medo é lançado fora. Não existe medo no amor. O texto de I João 4.16–18 nos diz que o amor de Deus é aperfeiçoado em nós, para que no dia do juízo ou tribulação tenhamos confiança, ou seja, quem tem medo, não é perfeito ou aperfeiçoado no amor.

Com a crescente crise econômica, social, moral e espiritual, todo crente em Cristo deve abundar em amor, permitir que sua fé se firme no amor divino. Precisamos buscar a manifestação do Fruto do Espírito em nossa vida, precisamos nos empenhar no amor perfeito que vem de Deus.  Crentes maduros são crentes cheios do Amor.

O amor é imprescindível para que sejamos saudáveis no corpo de Cristo. Também indispensável para evitar que as notícias desagradáveis nos mergulhe em crises. Muitas são as vertentes para se falar sobre este tema, mas, o que nos importa agora é saber que podemos ter uma vida de paz no amor de Jesus Cristo, e que podemos amar e ser amados com esse amor divinal.

Que não fiquemos só aqui na teoria, olhando para tudo isso sem termos a coragem de tomar vestimenta santa que é o Fruto do Espírito. Vamos nos vestir dessa armadura e andar em Amor, pondo em fuga o medo e a desesperança.

Pb. Bene Wanderley

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

EBD - Deus instrui Seu povo a ser grato e fiel



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 102 - Editora Betel
Aprendendo com as Gerações Passadas - Lição 05
Comentarista: Pr. Manoel Luiz Prates












Comentários Adicionais
Pr. Wilson Gomes
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley









Texto Áureo
Deuteronômio 8:10
Quando, pois, tiveres comido e fores farto, louvarás ao Senhor, teu Deus, pela boa terra que te deu.

Verdade Aplicada
Precisamos estar preparados para receber e desfrutar das bênçãos de Deus para nossas vidas.

Textos de Referência
Deuteronômio 8:11-14

Guarda-te para que te não esqueças do Senhor, teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para que, porventura, havendo tu comido, e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, se não eleve o teu coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.

Introdução

Moisés descreve a Terra Prometida como um lugar de bênçãos e fertilidade. A travessia do deserto, com todas as dificuldades que enfrentaram, agora fazia parte do passado dos filhos de Israel.


Quarenta Anos
Comentário Adicional
Miquéias Daniel Gomes

Depois dos eventos ocorridos em Cades- Barnéia, quando já na fronteira de Canaã, os israelitas temeram os cananitas e, por medo, desprezaram a terra prometida, Deus os fez retornar até o Mar Vermelho, para dali, tomar um novo caminho. Desde a saída do Egito, Deus havia colocado sobre os viajantes uma grandiosa nuvem que lhes proporcionava sombra no meio do deserto. Durante a noite, miraculosamente, a nuvem se transformava numa coluna de fogo, que fornecia luz e calor. Até Cades-Barnéia, a nuvem acompanhou o povo na direção que escolheram seguir. Agora, na nova rota, eram os israelitas que teriam de seguir a nuvem, acampando onde ela parasse, e se locomovendo quando ela se movia, sem avisos prévios. Este trajeto durou quarenta anos, e o propósito desta longa jornada, era eliminar a geração que saiu do Egito, a mesma que se negou a entrar na terra da promessa por temer os gigantes (Números 13-14). 

A incredulidade de Israel no livramento do Senhor, ofendeu grandemente ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. A ira do Todo Poderoso se levantou contra aquela gente ingrata, que menosprezou as promessas e escolheu retroceder. E se existe uma ação humana que fere a honra do Senhor, é exatamente olhar para traz, ignorando o histórico da fidelidade que Deus estabelece em suas relações (Hebreus 10:38). De imediato, o Senhor desejou exterminar toda aquela geração através de pragas e pestilências, e iniciar em Moisés, uma nova nação, ainda mais forte e poderosa (Números 14:11-12). Moisés, então, clamou pela misericórdia do Senhor, e por amor a seu servo, Deus não destruiu aquela gente. Mesmo assim, deixou muito claro que, dentro todos os israelitas que saíram do Egito com mais de 20 anos, apenas Josué e Calebe entrariam em Canaã (Números 14:22-24).

Poucos são os registros históricos deste período. Os quarenta anos de peregrinação estão resumidos em Números 16-33, e mesmo assim, este breve relato nos deixa evidências da dureza do coração daquela gente, ao ponto de Deus se retirar do meio deles. Assim que chegaram ao Mar Vermelho, o povo se reuniu para ouvir Moisés explanar novamente os principais pontos da lei. Dali, seguiram para o deserto de Sim, Dofca, Alus e Redifim, até chegaram ao deserto do Sinai. Era apenas o começo daquela jornada disciplinadora, que visava limpar a nação de corações ingratos e endurecidos (Números 33:11-15). 

Um dos primeiros eventos deste período é exatamente a rebelião liderada por Coré, Datã e Abirão, que se levantaram contra Moisés e Arão, requerendo para suas famílias, posições privilegiadas e postos elevados de liderança. Inflamados, os levitas se revoltaram exigindo para si status de sacerdotes. Mais de 250 chefes tribais se aliaram a rebelião, requerendo para cada um, a liderança de Moisés. Com mais da metade da nação apoiando o levante, Deus precisou intervir e destruir os cabeças deste motim político-religioso. Num único dia, mais de 14.000 homens morreram (Números 16). 

No deserto de Zim, Moisés viveu duas experiências desagradáveis. Primeiro, perdeu sua irmã Miriã, que ali faleceu e foi sepultada. Ainda enlutado, enfrentou um novo levante popular, desta vez, porque o povo não tinha água para beber. Depois de clamar ao Senhor, Moisés foi orientado a reunir os israelitas juntos a uma rocha de Meribá, e então, diante de todos os olhos, falar com a rocha, afim de que a mesma vertesse água. Com as emoções afloradas, Moisés corrompe está ordem, e perante todo o povo, bate violentamente na pedra. É possível perceber nas entrelinhas, que naquele momento, Moisés se deixa dominar pelo ego, e transforma um milagre proveniente de Deus, numa mágica performance de autoafirmação. Moisés tomou para si uma glória destinada a Deus, e este erro, custou sua entrada em Canaã (Números 20:10-11 / Deuteronômio 32:48-52).

Ao longo deste caminho, Deus sempre cuidou dos israelitas. Enquanto os mais velhos morriam, novas crianças nasciam, e mesmo com toda uma geração sendo enterrada nas areias, a nação ficava cada vez maior e mais forte. As roupas e os sapatos cresciam no corpo e não se gastavam. Pés e pernas não se inchavam mesmo após longas caminhadas. Inimigos surgiam e eram milagrosamente derrotados. Deus cuidava do seu povo a todo instante, fazendo chover pão do céu e brotar água de rochedos. Mesmo assim, muitos ainda ansiavam por voltar ao Egito, e murmuravam contra as provisões de Deus. Por isso, próximo a terra de Edon, Deus enviou ao arraial uma praga de serpentes venenosas, e mais uma leva de murmuradores pereceu (Números 21:4-9). Em Baal Peor, alguns israelitas foram influenciados pelos ensinos perniciosos de Balaão. A desobediência aos mandamentos do Senhor culminou em mais uma tragédia nacional, onde uma nova praga matou mais de 24 mil homens desobedientes (Números 25).

Após derrotar medianitas e moabitas, Israel estava de volta ao limiar da terra prometida. Quarenta anos depois, Canaã surgia diante dos olhos da nação. Milhares de corações ingratos ficaram para traz, sepultados nas areias do deserto. Uma nova geração estava pronta para conquistar e habitar na terra. Então, Moisés reúniu seu povo para uma última conversa, onde os instruiu acerca dos mandamentos do Senhor, relembrou os feitos portentosos de Deus, e os alertou sobre os erros de seus pais. Eles deveriam olhar para o passado, afim de construírem um futuro diferente das gerações que se perderam em suas incredulidades e ingratidões.


A chegada de um novo ciclo

A história da humanidade se desenrola em ciclos, independente da vontade ou das ações humanas. Na sucessão de ciclos, alguns fatos se estendem, outros se modificam e outros se adaptam a um novo ciclo. As gerações também são marcadas por ciclos e em cada um deles há um propósito definido. Assim como as pessoas que fazem parte de uma geração de discípulos de Jesus Cristo esperam a ação de Deus, da mesma forma, Ele também espera que cada uma dessas pessoas cumpra o cumprimento da missão cristã. “Não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num” (Número 14:30). Daquela geração que saiu do Egito, de vinte anos para cima (Número 14.29), somente Josué e Calebe herdaram a terra Prometida. Por causa da rebeldia e incredulidade, toda a geração morreu no deserto. A próxima geração, seus filhos, que eles disseram que morreriam no deserto, é que conquistaria e herdaria a Terra Prometida.

Liderar um povo na prosperidade tem os seus desafios, pois na adversidade é natural as pessoas se aproximarem mais de Deus. Contudo, na bonança, a tendência natural é usufruir dos bens e afastar-se de Deus. O Senhor nos coloca em alguns caminhos muito dolorosos, mas são esses caminhos que purificam o nosso caráter e nos tornam dependentes de sua pessoa. Caminhos que moldarão o nosso temperamento e nosso coração para uma maior comunhão diante dEle. Nosso maior modelo de humilhação e dependência é Jesus Cristo. A vida do nosso Mestre foi de cruz, isto é, humilhação, serviço e submissão, Ele abriu mão de posição e status da Sua glória por causa desta palavra: humilhação (Isaías 53:3-7).

O Senhor teve que tratar os filhos de Israel antes de lhes dar a Terra Prometida (Deuteronômio 8:1-3) Deus combateu arduamente a rebeldia e a dureza de coração do povo, pois queria que eles O conhecessem e dependessem unicamente dEle. Todos os milagres e provisão mostravam o que Deus poderia realizar. Deus sempre desejou ser íntimo do Seu povo e falar-lhes abertamente (Êxodo 20:19).

Até hoje existem pessoas que só conhecem a Deus através dos lábios de terceiros. Essas pessoas nunca buscaram experimentar um relacionamento pessoal com Ele. Os filhos de Israel tiveram uma grande oportunidade, mas rechaçaram-na. Em vez de aproximar-se de Deus, se afastaram e morreram sem tê-Lo conhecido.

A Terra Prometida possuía abundância de águas, era rica em alimento e minérios (Deuteronômio 8:7-9). Não havia mais sequidão como no deserto. O maná era apenas uma lembrança. Agora, o cardápio era variado e a comida farta. A nova geração foi instruída a rever conceitos e alertada a não repetir os erros de seus pais. Todavia, nem sempre o sofrimento é sinônimo de uma nova natureza. Se uma pessoa não descobre a razão para a qual existe, poderá viver eternamente fazendo o que lhe convém e nunca o que nasceu para realizar. Poderá ser uma pessoa eternamente frustrada, gastando todo o tempo atrás de um sonho que jamais irá realizar, porque não nasceu para isso (Atos 17:26-28; Efésios 1:3-6).

Deus levou os filhos de Israel a uma terra boa, cujos recursos agrícolas fariam vibrar a imaginação de um povo que até então viverá uma existência nômade. A Terra Prometida tinha reservas naturais de água, ribeiros, fontes e mananciais profundos que jorravam nos vales e montes. Tais recursos hídricos garantiriam as colheitas de cereais e frutas. Uma provisão tão abundante deveria gerar o contínuo louvor a Jeová, por sua bondade. Claramente, o Eterno Deus desejava que Seu povo desfrutasse plenamente de Suas dádivas. Não é diferente em nossos dias. Deus desejava que Sua Igreja se deleite em Sua graça e amor. Um fabricante jamais irá produzir uma máquina e depois lhe perguntar o que ela pode realizar. Ele sabe porque a fabricou Deus também não nos criou sem saber o porquê. Ele nos fez para um propósito. Cabe a nós essa descoberta pela Palavra de Deus e Pelo Espírito Santo, e, descobrindo seremos mais efetivos, alegres e estaremos em paz.


Lições aprendidas no Deserto
Comentário Adicional
Pr. Wilson Gomes

Mesmo vivendo em fidelidade ao Senhor e compromissado com a obra do Pai, por vezes recebemos de Deus apenas negativas ao nosso clamor e fracassos em projetos que tinham tudo para dar certo. E nessas horas, somos abarrotados por um sentimento de injustiça que nos leva a crer que o grande “Eu Sou”, está cometendo um grave erro contra nós. Mas porque estas atrocidades acontecem em nossa vida? A resposta pode ser encontrada em Deuteronômio 8:2-3 diz: “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os teus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem".  E este é sem dúvida um texto bíblico que explica o porquê de tantos infortúnios e aflições que se abatem sobre nossa vida:  Para testar o que estava em seus corações!

Um homem só mostrará quem realmente é quando se encontrar em situações extremas, e é exatamente por isto que Deus por vezes nos leva ao nosso limite, para que o ser humano descortine seu coração e encontre sua verdade mais oculta. Por isso o Senhor nos prova profundamente em nossa fidelidade e devoção, colocando-nos em situações de calamidades, que testam ao máximo a nossa fé: Ele nos humilha, nos priva de conforto, dificulta nossa jornada e por vezes, permite que tenhamos encontros desagradáveis com Satanás.  E com isso nos faz entender que existem coisas mais saborosas que pão e que o Senhor sempre proverá subsídios para os que lhe são fiéis, mesmo que neste processo falte abundância. O deserto não tem como “propósito” nos ensinar a “derrotar o diabo”, mas sim, aprender a confiar e se submeter a Deus, e assim, o inimigo fugira de nós.

O beneplácito do Senhor não nos acrescenta dor, e de modo algum pode cooperar para o corrompimento espiritual de alguém. Isso implica em dizer que Deus só dá bênçãos para quem tem o coração preparado para recebê-las.  E é nas aflições que nosso coração é testado por Deus. Quer receber bênçãos do Senhor? Comece preparando seu coração para a prova. E se existe um campo de treinamento melhor que o deserto, eu desconheço. O deserto é algo tão inevitável que podemos dizer que existem apenas três tipos de crente: os que já passaram pelo deserto, os que estão passando e os que ainda passarão. Mas não se exaspere com esta dura verdade, é no deserto que nós aprendemos conceitos valiosos sobre a fé cristã. O deserto não acontece por acidente, Ele está previsto na agenda de Deus, pois faz parte do cronograma divino para nossas vidas, afinal, quando nos vemos frente à frente com o temível mar de areia, e a única opção é enfrentá-lo, aprendemos a depender e confiar exclusivamente no Senhor. Exatamente por isso, de tempos em tempos, é o próprio Deus quem nos conduz ao deserto, a escola de ensino superior do Espírito Santo, onde Deus treina e capacita seus melhores soldados.

O deserto te molda, e você sai dele um cristão melhorado, autêntico e genuíno; pois o orgulho, a vaidade e o egoísmo viram cinzas no calor das areias. No deserto somos lentamente lapidados, purificados e preparados; sem pressa; no tempo perfeito do Senhor, pois não existem meios termos. Ou somos sustentados por Deus ou então morremos de fome. Suas fontes podem sim estarem completamente secas, mas as de Deus estarão sempre jorrando. Suas provisões podem estar chegando ao fim, mas o provedor continua cuidando de você a cada instante. Deus jamais nos levará ao deserto ao bel prazer. Deserto é aprendizado para algo grande dentro do Reino.

Deus não fabrica super-crentes industrializados, pelo contrário, seu processo é rústico e artesanal, à base de fogo, marreta e bigorna. Somos aquecidos ao limite no fogo, postos sobre a bigorna e moldados na marretada... E isso dói demais, porém o resultado é grandioso. Então, quando for enviado ao deserto, vá SORRINDO! Deserto é lugar de milagres, onde o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas e limitações. Na escola de Deus só entram os melhores alunos. Se ele te matriculou nela, sinta-se honrado. Estude muito, seja disciplinado, supere-se em cada avaliação e seja aprovado com louvor.


Os níveis da nova terra

O problema maior dos filhos de Israel não era habitar a Terra Prometida, mas, sim, saber administrá-la. As palavras de Moisés indicavam que eles deveriam saber lidar com três situações. São elas: Riqueza, crescimento e esquecimento. “Na Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; quando, pois, tiveres comido e fores farto, louvarás ao Senhor, teu Deus, pela boa terra que te deu” (Deuteronômio 8:9-10). Todo grande poder traz em seu bojo grandes responsabilidades. O novo estilo de vida implicava em uma mudança de mentalidade e o caminho para mudar era achegar-se a Deus.

Se o Eterno Senhor Deus dá posses a alguém, é porque Ele tem projetos e fins específicos para quem os deu. Nossas limitações sempre estarão condicionadas à maneira como enxergamos as coisas. Precisamos entender que a vida é feita de fases e em cada ciclo de nossas vidas devemos nos aperfeiçoar para poder avançar. Se nas pequenas coisas desanimamos, como poderemos alcançar as grandes? (Jeremias 12:5).

“E se tiverem aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens” (Deuteronômio 8:13). A riqueza produz a fama e o crescimento torna-se algo natural e comum. A Terra Prometida era tão abençoada que os tornaria senhores, algo que eles nunca sequer pensaram, porque desde o nascimento só sabiam o que significava o sofrimento e a escravidão. Eles iriam crescer para todos os lados. Administrar o sucesso não é para qualquer um.

Vale a pena ressaltar que para todo grande preparo existe uma grande recompensa. Podemos ver desertos, sequidão, escassez e humilhações durante muito tempo. Mas, quando essa fase passar, devemos estar prontos para administrar coisas grandes. 

 “Guarda-te para que te não esqueças do Senhor, teu Deus” (Deuteronômio 8:11). Algo muito comum acontece quando as pessoas chegam ao topo: esquecem-se de quem as fez ser o que são. Muitas pessoas pensam que venceram por si só, ou pela sabedoria e inteligência que galgaram ao longo da vida. Mas, se esquecem que alguém lhes ajudou a adquirir tanto o conhecimento quanto a sabedoria. Qualquer pessoa, antes de se tornar um profissional, seja em qual área for, será conduzida por inúmeros professores, até se qualificar. Todos nós precisamos de alguém. Todos nós somos resultado de um investimento. Obviamente, precisamos nos dedicar, pois sem alvos não iremos a parte alguma. Porém, nunca nos esqueçamos das pessoas que nos ajudaram e, principalmente, do Senhor (Salmos 106:13).

O nome dado para esse tipo de esquecimento é ingratidão. Ser ingrato é não atribuir honra a quem foi o responsável por todo o sucesso que estamos vivendo. Esquecer por um momento algum tipo de regra era até aceitável, mas abandonar as regras e o Deus que as ditou implicava em fracasso. Precisamos constantemente pesar nossas escolhas, para mais tarde não sermos vítimas do mal que escolhemos para nossas vidas (Salmo 78:5-7).


A Doutrina de Balaão
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Gratidão e Fidelidade. É muito oportuno o estudo destes temas, em tempos de muita turbulência espiritual, física e mental. Nos últimos anos, vem se acentuando os inúmeros problemas morais e espirituais na humanidade, como um todo, mas, especificamente no meio cristão. Os vários conceitos teológicos e doutrinários que são desenvolvidos sem uma devida atenção à aplicação e interpretação dos costumes da época bíblica, vem causando ao logo dos anos, uma ineficiência na compreensão exata dá vontade soberana, absoluta e perfeita de Deus para o homem. 

Gênesis 2 nos fala das árvores do Jardim. Lá, coexistiam a árvore dos bons desejos e a árvore dos maus desejos. Segundo o relato, havendo Deus terminado a sua criação, descansou no sétimo dia e o abençoou. Mas, ainda tinha algo a ser feito. O texto continua a nos informar que não havia nenhuma planta do campo, nenhuma erva havia brotado; porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a terra e não havia homem para cuidar ou lavrar a terra. Então, Deus formou o homem do pó dá terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. Veja que as escrituras nos dizem acerca dá criação do homem: “o homem era parte complementar da criação, pois tudo estava feito mas, faltava o homem, a quem Deus o constituiria senhor da criação, o dominador, o gerente geral (Gênesis 1:28-31).  O homem tinha uma liberdade excepcional!

A riqueza de detalhes do texto é fantástica e nos inspira a sermos, ou a tentarmos ser melhores do que temos sido. Pois revela o estado original do homem em Deus. O texto nos mostra como Deus confiou toda a sua criação aos cuidados do homem que acabara de formar. Gêneses 2:8-16, nos mostra com clareza o projeto original de Deus para o homem. Ele seria seu representante autorizado, o comandante da criação, o dominador geral das coisas.  Ali, no Éden, tudo estaria debaixo de sua orientação e domínio. Tudo que o homem precisava fazer era ser obediente as leis do Criador, estabelecidas para manter a ordem e a segurança de toda Criação. A regra simples era uma obediência total e absoluta ao seu Criador. A Bíblia começa com o pedido de obediência, e termina com a firme e absoluta orientação de Deus para todos os homens, que perseverem em obediência até o fim (Apocalipse 22:18-21). O caos em que o mundo se encontra, é nada mais, nada a menos, que a falta de obediência as palavras do Senhor Deus, criador dos céus e da terra. Portas trancadas que foram abertas. Leis inquebráveis que foram quebradas. A sede de conhecimento roubando a inocência. 

Se queremos ser e ter felicidade plena e paz perfeita, temos que nos voltar para Deus em obediência. Deuteronômio 4:1-40 contém todas as informações justas de Deus para o viver diário de seus filhos. Uma chamada à obediência. Deus chama seu povo para ouvir os seus estatutos e juízos através do ensino. Infelizmente, não generalizando, mas grande parte da cristandade moderna, não são, não queiram, não ouvem e nem praticam os ensinamentos do Senhor. Sequer, atendem o chamamento de Deus à obediência. A falta dá proclamação da Bíblia, na sua mais fidedigna mensagem, é a causa devastadora, destruidora, esmagadora da obediência do povo de Deus. Muitos líderes já não têm mais, o sensível desejo de anunciar dos juízos de Deus, afinal, está mensagem não enche templos. Se corromperam com o secularismo atual, se enveredaram pelo caminho dos ensinamentos egocêntricos de Balaão, e se alinharam com a ideologia dos nicolaítas. Esta doutrina, segundo alguns teólogos, advogava a favor da licenciosidade na conduta cristã, incluindo, o chamado " amor livre".  Alguns estudiosos afirmam, que se tratava de um grupo que se promovia na base de hierarquia eclesiástica, ocupando cargos relevantes na igreja.

Não diferente de nossos dias, onde esta tem sido uma prática descarada em muitos círculos cristãos, e amplamente divulgada na TV e na Internet. Muito marketing pessoal e pouca Bíblia.  Infelizmente é degradante a falta da exposição bíblica em muitos cultos. O desvio é monstruoso. É um incêndio devastador numa floresta castigada pela seca. E sinto informar, mas é pouco provável a recuperação desse vácuo bíblico ser recuperado nesta geração, pois a cada dia, o orçamento maquiavélico de Satanás se agigante, e parece que o remanescente fiel está em desvantagem.

Só existe uma forma rápida e totalmente segura de recuperação, que é reconhecimento do abandono das sagradas escrituras, seguido de profundo arrependimento, um sincero quebrantamento e o retorno à obediência incondicional da Palavra de Deus. Se queremos alcançar os favores do Senhor, teremos que voltar ao caminho da obediência. Partindo desse ponto teremos um coração mais grato e maior disposição na busca da fidelidade ao Senhor.


A grandeza do Deus que 
cedeu a terra

Precisamos hoje de pessoas que estejam dispostas a desempenhar seu papel encarando os desafios de sua época. Pessoas capazes de ter uma visão otimista, imaginar grandes triunfos e fazer a diferença. Pessoas que se descartem dos seus interesses egoístas para tornar realidade propósitos eternos. Pessoas que construam um legado para sua posteridade. O triunfo dos filhos de Israel estava atrelado à visão correta do Deus a quem estavam servindo.  “Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus que ele é o que te dá força para adquirires poder” (Deuteronômio 8:18). Embora o Senhor Deus não condene a riqueza, ser grande na Sua presença não é ser rico, mas, sim desfrutar de um relacionamento íntimo e pessoal com Ele. A ótica do Eterno para o sucesso requer do Seu povo obediência e não sacrifícios (I Samuel 15:22). Submeter-se a vontade de Deus é mais importante do que qualquer outra coisa e isto exige de nós uma mudança de mentalidade (Romanos 12:1-2). Para que os filhos de Israel se mantivessem de pé e lograssem sucesso em tudo, a obediência era fundamental. A geração passada pereceu por causa da desobediência. Essa nova geração recebeu o mesmo aviso para que fosse prudente e se mantivesse na posição (Deuteronômio 28:15).

Além da terra fértil, o Senhor Deus fez uma promessa grandiosa para a nova geração: a de possuir nações maiores e mais fortes, cidades instransponíveis e derrotar gigantes (Deuteronômio 9:1-2). É importante destacar aqui que o Senhor não somente daria vitória aos filhos de Israel, mas estaria com eles na batalha (Deuteronômio 9:3). O fator principal para o avanço e a vitória era apenas um: obedecer.

O Senhor fez questão de destacar dois pontos importantes para a nova geração. Primeiro, Israel não tinha méritos. Deus estava cumprindo uma aliança feita a seus pais. Em segundo lugar, Deus estava lançando fora os ímpios para dar a terra ao povo que havia justificado (Deuteronômio 9:5). Deus honra muito uma aliança. Ele jurou a Abraão, Isaque e a Jacó fazer esse povo herdar a Terra Prometida. Agora, diante dos olhos de toda aquela nação, Deus diz que não é pela justiça do povo, mas pela fidelidade de Sua Palavra e pela impiedade das nações que ali habitavam.

Não temos mérito algum e nada fizemos de grandioso para que Deus tenha a obrigação de agir como Ele age (Efésios 2:8-9). Todavia, quando o Eterno Deus faz uma aliança, custe o que custar, ou passe o tempo que passar, Ele irá honrá-la. Em nenhum momento a aliança era condicional a qualquer ação ou prática por parte dos filhos de Israel, já que a aliança era uma dádiva da graça divina. Aceitar a aliança, todavia, era alcançar uma posição nobre e colocar-se no caminho que conduzia à bênção do Senhor Jeová.

“Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas” (Deuteronômio 10:17). Moisés faz uma exposição acerca da grandeza de Deus e da força de Seu poder sobre todas as coisas. Moisés faz a nova geração compreender que não está só. Do mesmo modo como seus pais foram libertos do Egito e seus inimigos foram exterminados, se eles obedecessem e honrassem a Deus, não haveria quem pudesse abatê-los. O discurso revela que a terra que estavam herdando estava sendo tanto observada quanto cuidada pelo Senhor. Ele daria a essa terra fertilidade, fazendo-a produzir todo tipo de riquezas para seu povo. Na verdade, o próprio Deus estaria presente nessa terra (Deuteronômio 11:11-15).

A majestade de Jeová e Sua tremenda justiça ofereciam um motivo adicional para a obediência. Este é o Deus que nós, cristãos também servimos (Hebreus 12:28-29). O notável acúmulo de títulos para Deus descritos em Deuteronômio 10:17 tem como propósito, sem dúvida, enfatizar a singularidade, a absoluta supremacia e a total soberania de Jeová sobre todos os outros poderes do universo. É importante destacar que essa nova geração dos filhos de Israel provaria o que a geração passada não provou. Eles ganharam uma terra fértil e regada pelo próprio Deus. Uma nova página estava sendo escrita na história do povo de Israel e se soubessem conduzir seus caminhos diante de Deus, se tornariam temidos por todas as nações em derredor. Houve todo um preparo mental antes que a posse da Terra Prometida lhes fosse outorgada (Deuteronômio 8:1-20).

Conclusão

O que o Eterno Senhor Deus espera de cada um de nós? A resposta é muito simples: fidelidade. Essa é a base para um relacionamento saudável e uma vida de bênçãos incontáveis. O nosso Deus tem uma terra fértil e boa para cada filho seu.




Em sua infinita bondade e misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo. Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis. Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando a necessidade constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Para uma maior compreensão desta verdade, participe neste domingo, 29 de janeiro de 2017, da Escola Bíblica Dominical. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Música ou Adoração?



A música é composta de melodia, harmonia e ritmo. A música, em si, é um conjunto de ruídos em perfeita harmonia. A melodia é a voz principal do som, é aquilo que pode ser cantando. Harmonia é uma sobreposição de notas que são a base para a melodia. Ritmo é a marcação de tempo de uma música. Na verdade, chamo o ritmo de relógio onde se marca tempo e segundos.

Enfim, a música tem sido ao longo dos séculos a forma mais completa de se manifestar sentimentos. Para nós que vivemos em uma dimensão mais elevada do que as pessoas não espiritualizadas vivem, temos vivido pouco o verdadeiro sentido da música. A muitos anos aqui no país, principalmente no meio cristão, a condição ou posição da música brasileira cristã era duramente e violentamente resistida em nossas igrejas.

Apesar da música fazer parte de toda base cristã e bíblica, eram poucos os que se atreviam deixar ser embalados pelos ritmos que elevava postura e entonação mais arrojada. Muitos ministros ditavam com severa imposição qual música e estilo poderia se cantar em um templo cristão.

Os anos se passaram e com isso veio a modernidade em todos os ângulos da sociedade. As gerações mais novas surgiram trazendo nas veias um pulsar mais agitado; a evolução das coisas, das pessoas, da ciência e da tecnologia invadiram o mundo com uma força sem precedente, que era impossível o mundo ficar inertes a essa tão profunda mudança. O fato é: a música evoluiu em todos os seus aspectos, e é notável o poder que ela tem em todas as suas formas.  Um breve olhar bíblico mostrará isso para nós.

Em I Samuel 16, Temos o relato clássico do poder libertador da música; o rei Saul após ter pecado contra Deus em desobediência ao mandado do Senhor, era atormentado por um espírito maligno que o deixava terrivelmente descontrolado, mas, quando o jovem Davi toca música em adoração ao Deus eterno, o espírito mau saia do rei, e logo fica aliviado.

Um dos grandes problemas em que estamos vivendo em relação a música verdadeira que adora a Deus, é que, os valores foram é são invertidos, Deus não faz parte da vida do cantor, do tocador, do regente e etc...

Hoje se perde de conta a nuvem de pessoas que se denominam cantores e outros chegam a encher o peito e diz; sou levita da casa de Deus. Os tais nem sabem o que é levita e como eram escolhidos e como viviam e quais eram suas obrigações na casa de Deus! Bom, não vou entrar por esse caminho pois nos custará muitas falas e realmente não dispomos de tempo e nem de espaço.

Mas, o fato é que muitas vezes cantamos, mas, não adoramos. É bom ressaltamos que adorar não é só cantar ou tocar. Para adorar você não precisa necessariamente ser cantor ou tocador, mas é obrigatório todo cantor e tocador, ou seja, musicista, ser adorador. Um texto que mostra na íntegra como é a vida de um adorador é o Salmo 101.

Acho que dispensa qualquer argumento de quem quer que seja. Então concluímos que música e adoração são inseparáveis. É preocupante o número de pessoas que se alistam na fileira interminável dos que se coloca na busca pela inclusão das glórias terrenas, se auto promovendo adoradores, mas na verdade são aventureiros, bajuladores de homens, cavadores de poços rotos, onde não tem águas profundas e sadias para curar - se a se mesmo e depois levar curar para os milhões de Saul espalhados pelos nossos templos.

Pb. Bene Wanderley

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Aplicando Talentos



A parábola dos talentos nos arremete para a responsabilidade nos negócios do Reino. O talento representa a oportunidade e o aproveitamento de nossa capacidade no desenvolvimento do Reino de Deus (Mateus 25:14-30). Ao contar essa parábola, Jesus prepara os discípulos para o momento em que eles terão que trabalhar em sua ausência física, e fazendo-os saber que ao retornar Ele pedirá conta.

Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mateus 25:14-30)

No Reino de Deus não basta fazer, mas também o porquê fazer. Conforme Provérbios 16:2, Deus observa e conhece os princípios de todas as ações. Ele sabe com precisão as intenções do coração.  

Percebe-se que nada na parábola é irrelevante. Os valores dos talentos nos levam a compreender a importância das habilidades dadas por Deus, tanto naturais como espirituais, com as quais podemos servir aos homens e glorificar a Deus, dando assim continuidade ao Seu Reino. Nenhum homem tem qualquer coisa de sua autoria, exceto seus pecados (Romanos 3:23). Assim sendo, o valor inestimável de nossas capacidades deve nos motivar a maximizar nossos esforços no Reino de Deus, procurando em cada ação e reação dar o nosso melhor (Eclesiastes 9:10).

Não há nada mais grandioso nessa terra do que o Reino que Jesus implantou. Nada merece mais a nossa atenção (Mateus 6:33). Servir no Reino de Deus é um dos maiores privilégios que o homem pode ter, pois atrai a atenção até mesmo de anjos (I Pedro 1:12). A partir do momento em que o homem se engaja na excelência da obra de cristo, tudo mais se torna pueril (Filipenses 3:7-8).

Não merecíamos participar do planejamento divino, mas por sua condescendência fazemos parte desse grande projeto. Fomos chamados pela graça de Deus (Gálatas 1:15); engajamos em Seu Reino pela graça (I Coríntios 15:10); contribuímos em Seu Reino pela graça (II Coríntios 8:1-4). Portanto, nada merecemos, mas Deus nos abarcou em Sua obra e, por conseguinte, não deve ser vista como uma obrigação ou constrangimento, pelo contrário, deve ser encarada como um privilégio.

As implicações da desenvoltura de nossos talentos são as mais diversas, vai desde causar mudanças temporais na vida das pessoas, até mesmo a conduzi-las à salvação eterna de suas almas, e isso não tem preço (Salmos 49:8). O apóstolo Paulo tinha como motivação maior do seu ministério o bem-estar da Igreja e, nesse sentido ele não media esforços e sacrifícios (II Coríntios 12:15; Atos 20:24). Não devemos esquecer que somos resultados do que os outros fizeram. Aqueles que se habilitam a trabalhar no Reino que Jesus implantou se envolvem com pessoas procurando melhorar suas vidas, mas a mentalidade do servo inútil é marcada pela indiferença com o bem-estar dos outros.

A aplicação dos talentos permite que o melhor homem se torne um homem ainda melhor (Jó 42:5-6). Portanto devemos dar o nosso melhor para que o que é bom fique ainda melhor. O talento, originalmente uma unidade de peso, que passou a ser uma unidade monetária, representava seis mil denários. Um denário equivalia ao trabalho de um dia, portanto um talento valia o trabalho de um indivíduo por mais ou menos 18 a 19 anos. Posteriormente o talento passou a indicar as habilidades ou dons naturais.

Cada talento recebido é passível de melhorias. Eles podem e devem ser aperfeiçoados, e desse modo, as pessoas com quem convivemos também são favorecidas. Com os talentos em exercício, estaremos contribuindo para o desenvolvimento de seres humanos mais integro, colaborando para famílias coesas e cooperando para uma sociedade melhor.