quinta-feira, 27 de abril de 2017

EBD - Atributos indispensáveis de um profeta


Texto Áureo
Jeremias 16.2
Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar.

Verdade Aplicada
O cerco de Jerusalém causou uma carnificina, eliminando famílias inteiras. Jeremias foi poupado da dor de perder a esposa e os filhos.

Textos de Referência
Jeremias 16.3, 5, 8, 14

Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar.
Porque assim diz o Senhor: Não entres na casa do luto, nem vás a lamentar, nem te compadeças deles; porque deste povo, diz o Senhor, retirei a minha paz, benignidade e misericórdia.
Nem entres na casa do banquete, para te assentares com eles a comer e a beber.
Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor, em que nunca mais se dirá: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito.


Renúncias e sacrifícios
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A vida de Jeremias é um tapa na cara da nossa geração, repleta de profetas oportunistas, que fazem das redes sociais verdadeiros altares de adoração ao próprio ego. Cada frase proferida, tem como motivação primordial “curtidas” e “compartilhamentos”, tratando a edificação do próximo como um mero efeito colateral. Profetas que se colocam acima de seu próprio ministério, carimba a ineficácia do mesmo. Ainda mais, quando o “homem” não sustenta sua própria “palavra”. Inúmeros “profetas” se ofendem porque recebem críticas em uma postagem no Facebook, se esquecendo que a genuína palavra de Deus provoca incomodo em ambientes de iniquidade e apostasia espiritual. Se queremos viver de aprovação e elogios, não temos o perfil para sermos discípulos de Jesus. É nas horas de solidão, confrontamentos e ameaças que o verdadeiro profeta de revela. Mais do um mensageiro, ele é um adorador.   

Existem grandes equívocos na forma como muitos entendem a adoração. Louvores, orações, exercício ministerial e prática de boas obras são apenas reflexo de uma vida vivida em adoração e não a essência do conceito. O adorador por excelência, não restringe sua adoração a momentos específicos ou situações pertinentes. Ele a vive intensamente e completamente, ocupando cada minuto do seu dia, cada célula do seu corpo com Deus e para Deus.

Este estilo de vida requer resignação e desprendimento, pois a natureza humana tende a prioridades que se opõem completamente aos princípios da Palavra de Deus. O adorador precisa, antes de mais nada, crucificar o velho homem, para poder estar definitivamente, livre do domínio do pecado. Mas este processo, apesar de necessário, é pesaroso e contrário as nossas próprias vontades. Ele exige muita abnegação e renúncia (Tiago 1:14-15). É preciso negar quem somos, para sermos quem Deus deseja que sejamos. E este caminho de volta a Cristo, passa pela cruz (Marcos 8:34). É uma via dolorosa que requer inúmeros sacrifícios.

Um sacrifício, consiste na troca de algo muito valioso por outro de ainda maior valor. Mas, neste caso, os valores não são medidos em espécies, e sim em sentimentos e emoções. Por exemplo, num cenário de crise, onde o alimento torna-se escasso em um lar, os pais tendem a sacrificar sua porção de sustento em prol da nutrição dos filhos. Eles abrem mão de algo valioso (seu alimento) e obtém em troca algo mais valioso ainda, ou seja, a satisfação de ver os filhos alimentados. Mesmo que para alcançar esta alegria, eles mesmos, continuem famintos. O sacrifício, portanto, vale a pena! 

Deus abriu mão de seu próprio filho em prol da restauração do homem, e Jesus entregou sua vida por resgate de todos nós (Isaías 53:10-11). Jeremias abriu mão de sua família e de um ministério sacerdotal estabilizado, por uma vida de solidão ministerial pelo peso inerente de suas mensagens. E se manteve firme em sua decisão sacrificial. O adorador por excelência é aquele que sempre pauta suas escolhas priorizando o que é eterno, mesmo que para isso, precise deixar de usufruir prazeres efêmeros tão desejáveis por sua natureza humana.

Nisto reside a nobreza da renúncia e a beleza da obediência. Renunciar é desistir por bom grado de algo que foi conquistado por direito. É sair da zona de conforto, abnegando-se do certo pelo duvidoso. Não há garantias físicas em uma renúncia e, portanto, no contexto espiritual, ela se baseia apenas na fé. A ordenança de Jesus aos discípulos foi que renunciassem a eles mesmos, tomassem sobre seus ombros uma cruz e o seguissem, mesmo que fossem enviados como ovelhas para o meio de lobos (Mateus 16:24 / Lucas 10:30).

A adoração genuína tem início exatamente neste desprendimento do próprio “eu”, numa submissão plena aos desígnios do Senhor, mesmo que com isto caminhemos rumo a morte. Estaremos certos que uma eternidade com Deus é o bem mais valioso que podemos almejar, tornando qualquer valor terreno (por maior que seja) em quinquilharias desprezíveis (II Timóteo 4:7).


O preço da verdade
Pb. Bene Wanderley

Jeremias é conhecido como o " profeta que chorava” ou “profeta das lágrimas". Ele teve um ministério longo e muito difícil. Viveu no mais infeliz momento da história de Judá e testemunhou a queda de Jerusalém, em 586 a.C. Seu ministério se deu em um tempo de constante declínio moral em Judá. A apostasia dos reis de Judá levou o Senhor Deus a tomar uma ação disciplinar extrema, permitindo que o seu povo fosse conquistado por uma nação inimiga. Dentro deste contexto decadente e vil, Jeremias teve a tarefa pouco invejável de predizer o juízo de Deus, convocando toda nação ao arrependimento, sabendo dos juízos de Deus em primeira mão. Exercer um ministério profético dentro dessa situação não foi uma tarefa fácil. Mesmo diante de muita dificuldade e provação, o profeta seguiu corretamente em direção ao ponto que Deus estabeleceu. As batalhas travadas por Jeremias nos seus dias nos servem de inspiração e motivação também; seu chamado, sua postura, sua desenvoltura, sua coragem, sua confiança e obediência, são de fato um suplemento alimentar de Deus para todos que querem viver piamente uma vida de fé e santidade.

Para desenvolver uma tarefa para Deus, são necessários alguns requisitos ou atributos indispensáveis na nossa vida; sendo assim, ninguém melhor do que Jeremias para nos dar uma aula aplicada. A nossa lição se atem apenas a três dos inúmeros atributos indispensáveis para desenvolver um ministério profético, onde Deus e sua palavra seja plenamente honrados. Gostaria de destacar aqui, aquele que talvez seja o mais indispensável atributo para alguém que é chamado por Deus: ouvir o Senhor quando Ele está falando.

Infelizmente não estamos ouvindo Deus falar. As pessoas estão vivendo um tremendo caos pelo simples fato de não ouvir a voz do seu amado pastor. Jeremias estava vivendo num período de muita dificuldade e apostasia no meio do povo de Deus, a desgraça campeava por todos os lados, os reis se entregaram a iniquidade, Deus era rejeitado, os homens estavam inflamados em seus próprios desejos, mas, Jeremias ouviu Deus o chamar, e logo entendeu que sua vida não era dele mesmo e não era seu projeto ou projeto de seus pais. O próprio Deus o tinha escolhido e agora o estava enviando para uma tarefa pesada e cheia de espinhos. E ele foi, pois ouviu e confiou na voz do Senhor. Precisamos ouvir Deus.

Também é saber discernir o projeto de Deus. É incalculável o número de pessoas que dizem ter sido chamados por Deus, mas, não sabem discernir o que Deus está dizendo. O Senhor disse: -  " quê vês, Jeremias? Precisamos ouvir, ver e entender o propósito do Senhor em nós. E para isso, é preciso coragem. Todos temos que ter coragem, a obra do Senhor Jesus Cristo não foi entregue a covardes. Os desafios são grandes e constantes, e a vida de Jeremias nos mostra isso com clareza. A coragem é indispensável pois sem ela a obra fica incompleta. Hoje, infelizmente, muitas igrejas e ministérios não querem ouvir a voz do Senhor Deus, pois as pessoas querem viver a mercê de si próprio.

Vejam que são poucos os homens e mulheres que Deus usa para alertar o povo de Deus de seus erros e pecados, e que mesmo assim tem alguém privilégio em nosso meio. Vejam vocês quem são os ocupantes de nossos púlpitos. Quem são os homens e mulheres que tem destaque nos nossos banners? Infelizmente não vou responder aqui pois quero preservar-lhes desse infortúnio. Hoje, falta se coragem para falar a verdade.  Em muitos lugares, falar a verdade se tornou um absurdo. A mentira religiosa, teológica, exegética, que vemos por aí, está reluzente em pedestais construídos por falsos profetas de grande influência.  Precisamos falar o que as escrituras dizem, e não o que o povo e a sociedade hodierna querem ouvir. O preço da verdade pode não ser gostoso, aprazível, mas valerá apena, pois Deus nos recompensará com o bem.


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 05
Atributos indispensáveis de um profeta
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução

Nesta lição, veremos que o profeta Jeremias só teve uma opção: falar a verdade! Seja qual for a palavra pronunciada por Deus, ela jamais cairá por terra e se cumprirá fielmente (Nm 23.19).

Coragem atributo indispensável

Jeremias foi preso covardemente após se recusar a profetizar o que o Senhor não lhe havia mandado. Após ser solto pelo rei, e posto em uma cisterna, onde não havia água, senão lama e Jeremias se atolou na lama (Jr 38.6). Para cumprir bem a missão transmitida por Deus, é necessário passar alguns sofrimentos e aflições. As ordens de Deus, num primeiro momento, parecem descabidas de amor ao povo de Judá. No entanto, se formos observar cada juízo que Deus transmitiu a Jeremias, percebemos que tinham como objetivo fazer com que o povo obedecesse e voltasse seu coração a Ele. Deus é justo e o povo sofreu as consequências dos seus atos. A rebeldia, ingratidão e autossuficiência do povo levou-o a passos largos para a destruição. Jeremias não teve prazer nestas mensagens. Ele é conhecido como o profeta que chorava, pois sofria profundamente ao ver a angústia do povo, mesmo sabendo que o castigo era merecido. Obedecer a Deus é a melhor coisa que podemos fazer na nossa vida. Somente um profeta obediente à vontade de Deus, em meio à intensidade de tamanha desgraça, poderia anunciar a salvação e graça no juízo divino (Jr 29.4, 7).

Pessoas comuns dizem o que você quer ouvir, o verdadeiro profeta diz o que você precisa ouvir. O mais importante é não retroceder (Jo 16.33). Obedecer a Deus é sempre a melhor escolha a ser feita. Ele Fiel e Justo e cumpre o que diz. A despeito de todas as bênçãos divinas, Judá as ignorou, desprezando a promessa feita a Abraão (Gn 17.7), buscando outros deuses e se entregando ao engano (Jr 7.9). A adoração a Baal foi um dos mais graves pecados do povo de Israel, desde os tempos remotos. Eles ergueram cultos nos terraços das casas, nas ruas de Jerusalém e em todas as cidades de Judá (Jz 2.13; 1Rs 16.31-32; Jr 7.9; 11.13; 32.29). Por esta razão, os israelitas seriam dissolvidos como um pote de barro despedaçado (Jr 19.10-11). Jeremias, como boca de Deus, não tinha outra opção a não ser denunciar o seu povo (Jr 6.10). Por esse motivo, a porta de extermínio e infortúnio espiritual estava aberta.

As narrativas históricas indicam que Jeremias foi submisso à vontade de Deus em tudo. O Senhor deu algumas ordens árduas ao profeta, como: não casar (Jr 16.1-4); não entrar em funeral (Jr 16.5, 7); não entrar em numa festa (Jr 16.8-9); pregar no portão da cidade (Jr 17.19, 21); ir a casa de um oleiro para vê-lo trabalhando (Jr 18.1, 6); comprar uma botija e fazer uma representação (Jr 19.1, 3). Jeremias sabia que para se ter comunhão autêntica com Deus ele precisaria se submeter à sua vontade. O aspecto importante que aprendemos com o profeta é que quando seguimos a Deus os resultados são duradouros e eficazes.

Submeter-se ao senhorio de Jesus Cristo é um dos ensinamentos centrais do cristianismo. A Bíblia relata em Lucas 14.27: “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”.

Jamais desista de sua chamada. Jeremias em certo momento pensou em gerenciar uma pousada no deserto em vez de cumprir sua chamada (Jr 9.2). Jeremias havia se esquecido que o Senhor o separou para ser um valioso profeta perante as nações. Entretanto, Deus explicou a Jeremias o que Ele queria que fosse feito: “Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do Senhor, e dize a todas as cidades de Judá, que vêm adorar na casa do Senhor, todas as palavras que te mandei que lhes dissesses; não te esqueças nem uma palavra”. (Jr 26.2).

A relutância à verdade varia largamente nos dias de hoje. Alguns escutaram os profetas que Falam a verdade e deixaram seus maus caminhos. Outros, com seus corações endurecidos pela ação enganadora do pecado, não abriram mão de seus deleites. O profeta Jeremias nos ensinou que a nossa missão é clara. Não devemos abrir mão da verdade. Temos que ser impetuosos e nos recusarmos a diluir a Palavra de Deus. A cruz não é para os que duvidam.

Uma única missão: falar a verdade

Quando o Senhor escolheu a Jeremias, era para que ele alertasse aos que estavam em pecados a abandonarem e se converterem ao Senhor de todo o coração, que deixassem de ser apenas religiosos. Esta é a verdadeira missão de um profeta: falar a verdade (Jr 26.3). Nos dias de hoje, assim como nos dias de Jeremias, existe uma geração cruel, que não sabe ouvir a voz do Senhor. Os profetas são alvos de escárnio por confrontarem a mentira com a verdade. Os negócios pessoais estão acima da fé cristã, Jeremias foi desprezado pelos amigos (Jr 20.10. Jeremias era um homem solitário e abandonado, mas isso não impediu que o seu ministério tivesse êxito. Ele foi um dos mais ousados e destemidos profetas do Antigo Testamento.

Sob a direção de Deus, o profeta Jeremias condenou repetidas vezes aqueles que eram perversos, injustos e desonestos. Ele também chamou de imorais todos aqueles que tinham abandonado a adoração pura do Senhor, caindo na desgraça da idolatria. Ele exortou o povo de Judá a deixar estas práticas (Jr 18.11). Diante destas palavras, até seus “amigos” se afastaram (Jr 12.6).

Querendo ou não, um homem como Jeremias incomodava muita gente. A atitude de muitos era dar risadas do profeta (Jr 20.7). Outros o perseguiam (Jr 11.21; 18.18). Outros, ainda o amaldiçoaram (Jr 15.10). Por causa da sua missão, ele não casou, não ia a festas e nem a velórios (Jr 16.5, 7-8). Ele realizou várias ações simbólicas, como: comprar um cinto e escondê-lo até apodrecer (Jr 13.1, 11); comprar um pote e quebrá-lo logo em seguida (Jr 19.1, 15). Andar com uma canga nas costas pelas ruas de Jerusalém (Jr 27.2; 28.10, 14). Vivia como um estranho (Jr 23.9).

Quanto mais o profeta Jeremias se empenhava, o povo não abandonava seus pecados. Jeremias percorria a rua da Santa Cidade, isto é, Jerusalém, e constatava o estado de abandono ao Senhor nas praças (Jr 5.1).

A imaginação do povo de Judá estava pautada em adultérios generalizados. A fantasia sexual afastava o reino de Judá do Senhor com seus pensamentos lascivos (Jr 5.7-8; 13.27; 23.10, 14; 29.23). Com estas práticas, o caminho da destruição era questão de dias, haja vista que a miséria espiritual estava intensa neste momento. Judá descia cada vez mais a ladeira da perversão, esquecendo-se do Senhor, buscando um prazer desenfreado no sexo, que os afastava do verdadeiro Deus. Jeremias, ao pregar contra esta prática insana, foi rejeitado por todo o povo, que preferiu continuar em suas desordens espirituais.

O profeta Jeremias, como descendente de sacerdotes, sabia muito bem que a prática de adultério era condenada pelo Senhor (Êx 20.14). O sexo fora do casamento continua sendo pecado. O adultério na Palavra de Deus é considerado crime, pois é contrário à Lei de Deus. Não devemos nem cobiçar, imagine tocar em uma mulher que não é nossa (Êx 20.17). Em Levítico 20.10 foi instituído que, caso advenha um adultério, o adúltero e adúltera serão punidos com a morte. Que possamos vigiar e estar atento às ciladas do nosso adversário.

Assumindo riscos

Jeremias foi um profeta admirável, prova disso foi que Deus notou nele alguém que seria leal à sua missão (Jr 1.7-8). Por quarenta anos, Jeremias teve a responsabilidade de profetizar como porta-voz do Senhor. Em um tempo de idolatria, impureza e luxuria sem comparação, o profeta deveria servir de exemplo na vida e no caráter, adorando ao verdadeiro Deus de Israel. Quando os sacerdotes, profetas e a população ouviram a mensagem a respeito da ruina do templo e a destruição de Jerusalém, eles ficaram furiosos e levaram o profeta na presença dos príncipes para ser morto (Jr 26.8). Jeremias repetiu novamente suas palavras aos príncipes (Jr 26.12-14), que não viram mal algum nelas (Jr 26.16). O Senhor quer apenas que confiemos nEle e o mais Ele fará. Ele sempre envia alguém para nos socorrer. Não duvidemos. Creiamos somente Êx 23.20).

Em meio a todos os profetas do Antigo testamento, o mais hostil e, ao mesmo tempo, mais amoroso para anunciar o chamado ao arrependimento do povo de Judá foi Jeremias, cumprindo assim a sua missão de ser a boca de Deus aos homens de sua nação. Por permanecerem fora da presença do Senhor Deus, os sacerdotes de Judá não perceberam que Jeremias era um profeta enviado de Deus para a nação. Nos dias de hoje não é diferente, pois muitas pessoas agem do mesmo modo. Que triste! Quando abrirem os olhos, poderá ser tarde demais.

Jeremias em meio ao abandono de todos, continua a falar com firmeza que toda aquela destruição era culpa do próprio povo de Judá e de seus líderes, que deveriam admitir suas responsabilidades pelos seus pecados. Assim como o reino do Norte que havia sido derrotado pelos assírios em 722 a.C., o povo de Judá sofreria uma derrota esmagadora, se tentasse afrontar a Babilônia. Neste momento Jeremias aconselha a se render a esta potência para não sofrer um dano maior (Jr 27.11-12). O povo, obstinado por seus pecados, não ouviu seus conselhos. A situação da liderança era tão grave que Deus disse que nenhum dos filhos diretos de Joaquim, rei de Judá, se assentaria no trono de Davi (Jr 22.30).

De modo óbvio, Jesus não é filho, literalmente falando, de Davi, que viveu cerca de 1000 anos antes que jesus surgisse na cidade de Belém. Jesus é retratado na Bíblia como filho de Maria, concebido por obra do Espírito Santo, como temos nos evangelhos. O título “filho de Davi” é dado a Jesus por causa da Sua genealogia, isto é, ele é parente de Davi, descende de Davi, sem sombra de dúvida.

Jeremias faz uma análise da realidade, criticando em sua totalidade o povo por seus pecados (Jr 9.14; 17.19; 27; 22.1). Jeremias enumera uma série de atos cometidos pelo povo de Judá: desonestidade, assassinatos, injustiças com os pobres, transgressão do sábado, perseguições aos verdadeiros profetas, etc. Pecados deste tipo eram vistos com bons olhos pela população da época, mas decididamente não eram normais aos olhos do Senhor. Se eles pudessem antevir o que estava para acontece, as coisas seriam diferentes. A destruição deste povo para Deus era uma questão de tempo.

A Palavra de Deus nos admoesta a não sentarmos na roda dos escarnecedores. A nação de Israel caiu em um enorme engodo do diabo, isto é, acreditar que Deus nos isenta de nossa culpa (Gl 6.7). Deus nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis (1Pe 1.16). O abandono das leis de Deus impeliu o povo para andar em uma terra de heresia, induzindo-os a caminhar em pecado. Este colapso social da nação de Israel é uma decorrência do abandono da verdade divina (Jr 2.6).

Conclusão

A mensagem do profeta Jeremias é impregnada de palavras árduas ao povo de Judá. Percebemos ainda que suas pregações foram rejeitadas por um povo rebelde, que insistiu em caminhar para o castigo divino: a destruição pelas mãos dos babilônios.




Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 30 de abril de 2017, da Escola Bíblica Dominical.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Angústia


Tente-se imaginar diante de uma pessoa afogando e você, neste caso, não sabe nadar. Exatamente por esta deficiência, sente-se imponente e incapaz de salvá-la. Você sabe o que precisa fazer, mas também sabe que não tem como fazer, e neste momento o sentimento natural é de uma agonia mental, atrelada a um sufoco semelhante ao da asma, e uma dor ou compressão no peito. O nome desta sensação momentânea é ANGÚSTIA. Quando este sentimento perdura por muito tempo, é diagnosticada uma enfermidade da alma.

A angústia se caracteriza por um sentimento de sufocamento e sensação de aperto no peito, acompanhados da falta de humor, de ressentimento e até dor física; e isso pode evoluir a outras enfermidades. Biblicamente ela ocorre pela primeira vez no episódio da queda do homem. Quando Adão e Eva percebem que estavam nus e que nada mais poderiam fazer para retornar ao estado original, foram subitamente tomados por um estado de angústia seguido de medo (Gênesis 3:7-10).

Angústia vem do termo alemão ANGST. Dentro do pensamento existencialista, a palavra angústia presumivelmente descreve a condição humana básica. Há um pavor sem nome e sem objeto particular, mas que é um sentimento comum à humanidade, por terem de enfrentar um mundo destruidor hostil e insensato. Assim, quando o ser humano enfrenta situações de confrontos, pressão, impotência diante dos problemas ou cobranças, sem saber o que fazer, a angústia pode se apoderar do seu coração.

Angústia, portanto, é um sentimento que acompanha o homem desde seu nascimento até a morte em todas as situações da vida; a angústia é companheira do ser humano. A angústia é uma das mais fortes opressoras da humanidade, é um sentimento da alma que pode atacar na mesma medida tanto o rei como o mendigo. Angústia é uma emoção que pode ser abafada, mas não desligada. O homem natural não pode se desviar nem escapar dela. Sempre existiram (e existem) pessoas de caráter forte que, com sua determinação, se posicionam obstinadamente diante da angústia, mas elas também não conseguem vencê-la totalmente. Podemos tentar ignorar a angústia, mas não escaparemos de situações dolorosas.

A Angústia segundo a Filosofia

Pensadores como Kierkegaard, Heidegger, Unamuno, Bultimann e Sartre; contribuíram para o desenvolvimento da filosofia de que o homem está “dentro de um temporal”, onde têm que lutar contra o aniquilamento e a não identidade; mas ignoram o fato de que na psique humana também há a descoberta que o homem, como ser espiritual que é, ultrapassa a tempestade e entra na compreensão espiritual de que a existência humana é finalmente boa e otimista. Em outras palavras, para além da tempestade, há um Novo Dia, no qual a existência humana, no nível espiritual, floresce em harmonia, bem-estar e propósito.

A psicologia tem demonstrado a existência de ambos esses motivos na psique humana:

- A tempestade do desespero, por enfrentar a não identidade.

- O estado para além da tempestade, em que é confirmada uma existência digna.

As concepções sobre a angústia e seu surgimento, de qualquer forma, variam enormemente entre os filósofos; há desde os que a entendem como uma resposta à incapacidade de compreender a realidade exterior até os que afirmam se ela é proveniente de um estado de expectativa prolongado diante de algum fato que não chega a ocorrer. De maneira genérica, pode-se dizer que a psicologia contemporânea aborda o problema da angústia sob duas perspectivas:

- Estabelecer se ela constitui um estado transitório ou se, ao contrário, é uma predisposição, um elemento da personalidade.

-Determinar se de fato a angústia tem uma causa definida ou se pode resultar de motivos e situações muito diversos.

Já para o filósofo Arthur Schopenhauer, viver significa necessariamente sofrer. Quanto mais o homem busca a vitória, mais ele se desencanta por não conseguir conferir sentido algum à vida. Os pequenos momentos de prazer, por mais proveitosos que sejam, são insuficiente para produzir a verdadeira felicidade o que acaba por gerar a angústia. Dessa forma, para a Filosofia Existencialista, o ser humano está condenado a passar pela vida como sobrevivente, pois a angústia de viver com sofrimento, faz desse mal um problema eterno, uma doença incurável.

Para o Cristianismo, ao contrário da filosofia, nenhum ser humano está condenado a existir como sobrevivente, pois, ao encontrar-se com Cristo, uma fonte de alegria brota no seu interior (João 7:38).

A Angústia na Sociedade Moderna

A angústia é uma das enfermidades da alma que mais oprime a humanidade desde os primórdios dos tempos (Salmos 31:10), sendo um sentimento desagradável que pode atingir qualquer pessoa, e infelizmente o homem não pode se desviar nem escapar dela. Lamentavelmente, a angústia é uma consequência direta do pecado inoculado no Homem. Quando ocorre momentaneamente é apenas um reflexo natural das emoções, porém, quando se torna permanente, é sintomático de uma enfermidade da alma. Sendo assim, pessoas que apresentem o quadro de angústia podem desenvolver outros distúrbios emocionais, tais como: cansaço físico e mental, desânimo, baixa autoestima e depressão.

Nos dias de hoje, nossa sociedade de depara com a triste realidade de inúmeras situações enervantes, que produzem ou reforçam o sentimento de angústia: os fenômenos naturais trágicos (tempestades, terremotos, inundações, etc.) e os fenômenos sociais (violência urbana, guerras, terrorismo).

A angústia sem dúvida é inerente ao ser humano, mas certamente é fomentada e potencializada nas situações trágicas (Marcos 13.7). O que transforma nosso cotidiano em uma verdade angustiante.  Vivemos num mundo que nos diz, incessantemente, que precisamos ter satisfação logo, que a dor precisa ser evitada e/ou suprimida e que a felicidade é a melhor escolha.

Então, por que tanta angústia? Por que esse sentimento de vazio? De incompletude?  

O medo de não fazer boas escolhas leva os indivíduos a experimentarem um sentimento de angústia que passa pela ideia de que algumas dessas escolhas podem ser definitivas e não possuem retorno. Ao proporcionar ao indivíduo liberdade de escolha, sem a presença de referências duradouras e com opções inesgotáveis, a pós-modernidade o induz a um nível de ansiedade sem precedentes.

O desejo de ter cada vez mais, de concorrer com amigos e colegas, tem levado pessoas a se angustiarem na busca pelo sucesso ou pelo ter mais e mais, neste meio, surge ainda à inveja e outros males da alma. A pessoa quer sempre mais do que o outro e, muitas vezes, até se endivida a ponto de ser tomado pela angústia. Neste tempo da pós-modernidade, a busca pelo sucesso, mediante tantos concorrentes, têm levado muitas pessoas à frustração e à angústia.


Apesar de tudo, aquele que vive para Deus possui o antídoto, contra o desespero que domina a população na hora do caos: O socorro de Deus bem presente na hora da angústia (Salmos 46).


terça-feira, 25 de abril de 2017

Um sentimento maravilhoso


A alegria produzida pelo amadurecimento do fruto do Espírito Santo é algo inigualável. Não existe nenhum sentimento humano que possa ser comparado a ela. Em Galatas 5:22, dando sequência em sua apresentação acerca do fruto do Espírito, Paulo nos mostra que, quando desfrutamos da característica do fruto, representada no grego pela palavra “xapá” = [“chara”], ou seja, gozo, passamos a sentir uma maravilhosa sensação de alegria e felicidade por todas as coisas que recebemos de Deus pela Sua infinita graça (Efésios 2:8-9). 

A alegria do servo de Deus não pode estar atrelada as coisas passageiras, programas de televisão e as informações midiáticas que só tentam nos afastar do verdadeiro propósito do Senhor para nossas vidas. O intento do Criador é nos apresentar uma alegria constante e permanente, que só conhece aquele que desenvolve esta característica do Fruto do Espírito (Atos 13:52). 

Na contramão deste propósito, temos hoje o uso da tecnologia de forma exagerada, tentando nos levar a uma dependência completa dos meios de comunicação. Ser dependente de estímulos externos nos impede de produzir o amadurecimento do fruto do Espírito, pois, para que o amadurecimento ocorra, devemos fazer uso de estímulos internos. Toda mudança produzida no homem pela ação do Espírito de Deus começa de dentro para fora (Salmo 30:11). 

Sendo assim, o servo de Deus não tem motivos para buscar alegria através de coisas produzidas por homens. Aquele que recebe a Jesus Cristo, recebe também o fruto do Espírito Santo. Logo, se existe a presença do fruto do Espírito, cabe ao indivíduo desenvolver o seu amadurecimento. Com o amadurecimento do fruto vem também a produção da alegria.

Quando o homem passa a viver uma vida dependente dos meios de comunicação e da tecnologia, ele começa a se afastar da comunhão que desfrutava com o criador através da oração e da leitura sistemática da Palavra de Deus (Colossenses 4:2). Tal perda de comunhão irá sufocar no indivíduo o sentimento de alegria provocado pela ação do Espírito Santo. A presença do Espírito Santo deve ser constante na vida daquele que busca desenvolver o fruto do Espírito. 

Muitos têm se deixado levar por momentos de alegria passageira em detrimento de uma alegria duradoura e que nos é dada para ser definitiva. O gozo produzido pelo amadurecimento do fruto do Espírito Santo permanecerá em nós por toda eternidade. O 

texto de Lucas 10:17-19 nos mostra o quanto os discípulos de Cristo estavam alegres por verem os demônios sendo subjugados pelo poder do nome de Jesus. Mas, ao ver tamanha alegria de Seus discípulos, o Mestre revela que aquilo que eles estavam vendo não era motivo para tanto, pois haveriam de se alegrar por terem eles o seu nome escrito no céu (Lucas 10:20). A alegria proposta por Jesus deve habitar em nossos corações pela certeza da nossa salvação (Salmos 51:12). O gozo produzido pelo fruto estará presente em nós por toda eternidade.

A principal característica humana que nos difere dos outros animais é o raciocínio. O homem foi dotado por Deus de entendimento para que pudesse adorar ao Criador de forma racional (Romanos 12:2). A razão humana capacita o homem a glorificar a Deus e receber dEle aquilo que for necessário para uma vida plena. Enquanto o homem sem Deus sofre com muitas dores, o servo fiel vive cercado pelas misericórdias do Senhor (Salmo 32:10).

Tais misericórdias proporcionarão ao justo uma vida de gozo, isto é, alegria e louvores perpétuos ao Todo Poderoso (Salmo 32:11). Louvar a Deus é reconhecer de coração as bênçãos que recebemos através de Sua infinita bondade. Logo, ser alegre é uma característica de todo aquele que vive uma vida em Cristo. Mesmo que o servo fiel não esteja vivendo em condições ideais isto não pode afastar a alegria do Espírito de sua vida. 

Em um dos momentos mais difíceis vividos pelo apóstolo Paulo, ele encontrou forças para exortar os crentes alegrarem-se sempre no Senhor (Filipenses 4:4). Ao escrever aos Filipenses, Paulo estava aprisionado em condições sub-humanas, mas nem assim perdeu a graça de Deus que o fazia feliz em Cristo. Lembrar-se sempre das bênçãos recebidas do Senhor irá nos alegrar e fazer com que não valorizemos as perdas sofridas por Cristo (Filipenses 3:8).


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Como passar o Jordão?


Mais do que um rio, o Jordão se transformou numa fonte de lições espirituais e inspirações poéticas. Diversos eventos de impacto histórico e teológico tiveram este rio como cenário. Basta dizer, que ali, Jesus foi batizado por João. 

Por três vezes o Jordão se abriu para que alguém passasse por ele em terra seca. Em suas águas barrentas, Namaã foi curado de sua lepra (II Reis 5:1-13). Nele, Elias realizou seu último milagre, e Elizeu iniciou seu ciclo de obras portentosas (II Reis 2:8-14). O Jordão data ciclos, marcando começos e recomeços.  

Este caudaloso rio de águas escuras origina-se de quatro rios menores, sendo que a maioria das cabeceiras estão no monte Hermom, sendo eles, Barreight, Hasbani, Ledam e Banias. Atualmente, as nascentes destes rios estão localizadas em três países diferente: Israel, Síria e Líbano. Ele corta todo território israelita, além de passar pela Jordânia e por parte da Palestina, até desaguar no Mar Morto. 

Embora o Jordão seja até os dias de hoje, o principal rio de Israel, nos dias de Josué, sua imponência era muito maior. Marcava a divisa entre os territórios de Moabe, local onde os hebreus montaram seu último grande acampamento sob a liderança de Moisés, e as campinas de Canaã. Seu volume vigoroso de águas doces, trazia grande fertilidade até mesmo para as regiões desérticas. O Jordão era uma benção para quem já estava estabelecido as suas margens, mas, atravessa-lo a pé, era um desafio gigantesco.

O Jordão pode, até hoje ser, dividido em três partes distintas. O primeiro trecho tem cerca de 11 quilômetros e marca a junção de seus quatro afluentes. Neste ponto ele atravessa uma área pantanosa até alcançar o território de Meron. Neste trecho, a profundidade máxima é de apenas quatro metros. Os próximos 20 quilômetros (entre Meron e o Mar da Galiléia) é chamado de Jordão Superior. Como a geografia da região apresenta um declive acentuado de 225 metros, o Jordão vai se tornando cada vez mais caudaloso e com elevado poder de erosão. A correnteza neste ponto, é praticamente intransponível. 

O terceiro trecho é chamado de Jordão Inferior, e cobre 117 quilômetros em linha reta, entre o Mar da Galileia e o Mar Morto. Com um declive ainda mais acentuado de 200 metros, neste ponto o rio desce vertiginosamente, formando belíssimas cascatas. Neste ponto, a profundidade já alcança 35 metros. E este, era exatamente o trecho por onde Israel teria que passar.

Quando Deus ordenou travessia do Jordão, o rio estava em plena cheia, resultando em correnteza extremamente forte, e alta profundidade. Sem pontes ou embarcações, seria impossível para uma única pessoa atravessar o rio a nado, quanto mais para uma nação inteira, incluindo crianças, idosos e rebanhos de animais. Seria necessário um milagre. 

O nome original do Jordão é “Iarden”, que significa “declive” ou “o que desce”. Embora a nomenclatura se refira as condições geográficas do rio, também apresenta uma bela simbologia sobre os elementos necessários para o agir de Deus. Humildade e quebrantamento.

É preciso, literalmente, descer do pedestal do hedonismo e se sujeitar humildemente a vontade do Senhor. Josué sabia disto, e seguiu a risca todas as ordenanças do Deus de Israel (Josué 4:4-7). 

Namaã, precisou vencer seus preconceitos e se despir de seu orgulho antes de entrar no Jordão e ser curado de sua lepra. O Jordão se abriu para Elias porque o profeta estava seguindo a orientação do Senhor, para na margem oposta, ser levado aos céus em um redemoinho de fogo. Elizeu atravessou o Jordão porque precisava continuar o mistério profético iniciado por Elias. Jesus desceu ao Jordão afim de ser batizado, para que se cumprisse a Justiça de Deus (Mateus 3:15).

Espiritualmente falando, não se pode passar o Jordão sem primeiro se sujeitar a vontade do Senhor e obedecer seus mandamentos. A travessia do Jordão, é basicamente, um milagre gerado pela obediência.


quinta-feira, 20 de abril de 2017

EBD - Jeremias: suas crises e solidão


Texto Áureo
Jeremias 1:18
Porque eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra.

Verdade Aplicada
Os escritos de Jeremias nos mostram que os servos de Deus também passam por momentos de angustia e solidão.

Textos de Referência
Jeremias 12:1-3

Justo serias, ó Senhor, ainda que eu entrasse contigo num pleito; contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho dos ímpios, e vivem em paz todos os que cometem o mal aleivosamente?
Plantaste-os, e eles arraigaram-se; avançam, dão também fruto; chegado estás à sua boca, mas longe dos seus rins.       
Mas tu, ó Senhor, me conheces, tu me vês e provas o meu coração para contigo; impele-os como a ovelhas para o matadouro e prepara-os para o dia da matança.




Crises Emocionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O livro de Jeremias é autobiográfico, escrito em partes a próprio punho, e alguns trechos através de ditados do profeta a seu amigo, secretário e confidente, Baruque. Assim, a obra composta pelos livros de “Jeremias” e “Lamentações de Jeremias”, releva diversas camadas do caráter do profeta. Um dos elementos mais interessantes a ser analisado, é exatamente a passionalidade de Jeremias, explicitada em todas as facetas de seu "ser". Em decorrência desta “entrega”, ele cultivou um dos relacionamentos mais profundos entre homem e Deus já registrado na história. Ciente de sua fidelidade ministerial, também sentia-se confortável para se dirigir ao Senhor despido de formalidades, e dialogar de forma franca, como em Jeremias 20:7-8: - Senhor, tu me enganaste, e eu fui enganado; foste mais forte do que eu e prevaleceste. Sou ridicularizado o dia inteiro; todos zombam de mim. Sempre que falo, é para gritar que há violência e destruição. Por isso a palavra do Senhor trouxe-me insulto e censura o tempo todo. 

Nenhum outro profeta tem seu caráter tão exposto, quanto Jeremias. Podemos enxergar claramente o homem por trás do profeta. Dotado de uma sensibilidade muito peculiar, Jeremias procurava enxergar apenas o melhor de cada pessoa, o que constantemente o feria emocionalmente, já que sempre estava às voltas com grandes decepções.

Assim que iniciou seu ministério profético, começou a galgar a escadaria da impopularidade. Sua mensagem não era de fácil aceitação, e contrariava as perspectivas nacionais. Mesmo assim, o profeta foi insistente em suas palavras, pois acreditava piamente que seus compatriotas, voltariam atrás quanto ao frio julgamento destinado a suas mensagens, e reatariam sua comunhão com Deus. Com o tempo se esgotando, e a inércia espiritual do povo cada vez mais acentuada, Jeremias se viu confrontado por muitos dilemas e complexos interiores. Obviamente, no momento em que foi chamado para profetizar, Deus o blindou espiritualmente contra as potenciais ameaças que o afligiriam no exercício de seu ministério. Entretanto, Deus jamais irá nos deixar insensíveis e intangíveis a relacionamentos. Também, não irá amortizar nossas emoções, já que o domínio próprio é uma característica do fruto espiritual desenvolvido pelo próprio homem. E esta era uma batalha diária do profeta. Dominar seus próprios sentimentos.

Jeremias enfrentou pelo menos duas crises emocionais de grandes proporções. A primeira delas teve como estopim a descoberta de um plano para retirar sua vida. O próprio Deus alertou ao profeta que os moradores de Anatote haviam premeditado seu assassinato. Aquela era a cidade natal de Jeremias, onde ele cresceu conhecendo cada morador. Agora, as mesmas pessoas que o viram nascer, desejavam desesperadamente matá-lo. E mais do que isso, apagar seu nome da existência, pois contra ele diziam:  - Destruamos a árvore e a sua seiva, vamos cortá-lo da terra dos viventes para que o seu nome não seja mais lembrado (Jr. 11.19)Jeremias, então, se pôs a questionar sobre o sucesso que os ímpios encontram em seu caminho, enquanto homens bons e decentes, só acham tristeza e decepção. Jeremias cogitava a possibilidade de não ter condições para continuar sua jornada, porém, foi duramente repreendido pelo Senhor, que deixou claro ao profeta, que aquele era apenas o primeiro obstáculo de seu ministério. Ele precisaria ser muito forte, pois desafios ainda maiores estavam por vir. "Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?" (Jr. 12:5).

A segunda crise emerge de inúmeros fatores. Jeremias não era convidado para nenhuma festa, não participa de eventos sociais e nem se quer, podia tomar parte de jantares em família. Em suas palavras, todos os moradores de Judá o “amaldiçoavam”. Sacerdote de ofício, Jeremias foi proibido de entrar no Templo, e não tinha permissão para falar em espaços públicos. Seu ministério se tornou marginalizado e muito perigoso. Jeremias questionou o Senhor sobre a legitimidade de suas palavras, e até o culpou de omissão as suas mazelas: - "Jamais me sentei na companhia dos que se divertem, nunca festejei com eles. Sentei-me sozinho, porque a tua mão estava sobre mim e me encheste de indignação" (Jr. 15.17).

O profeta foi mortalmente atingido pela solidão, e se entregou a auto- comiseração. Sua família o tinha desprezado, e Deus o proibiu de formar uma nova família. Jeremias não poderia se casar, pois a ausência de filhos em sua linhagem, era uma mensagem prática que apontava para as crianças de deixariam de nascer em Judá, quando o povo fosse levado ao exílio. Ele não tinha uma mão amiga para segurar em seus momentos de fragilidade emocional, e isto o fazia se vitimar nos momentos de oração. Porém, o Senhor, ciente do potencial de Jeremias, cobrou de seu profeta uma postura austera e corajosa, além do reconhecimento de seus excessos emocionais: - Se você se arrepender, eu o restaurarei para que possa me servir; se você disser palavras de valor, e não indignas, será o meu porta-voz. Deixe este povo voltar-se para você, mas não se volte para eles" (Jr 15.19)


Tempos de Crise
Pb. Bene Wanderley

Nunca se ouviu falar em crise como nos últimos cinco anos. Todas as esferas socioeconômicas e institucionais do nosso país, tem sido bombardeada por esta crise avassaladora e sem precedentes. O nosso país está imerso em caos. O medo tem tomado conta do menor ao maior dos brasileiros, cada um com seu nível peculiar de preocupação. O governo tem a cada dia se afogando em suas próprias tentativas de salvar o Brasil. É verdade que não estou aqui para falar da crise vivida em nosso país, mas, basta um breve olhar a nossa volta para compreendermos que tempos de crise trazem consigo muitas dificuldade, angústias, choro e solidão. Em toda Bíblia vemos história de homens e mulheres que viveram seus próprios tempos de crises. Em II Timóteo 3, o apóstolo Paulo nos alerta que os últimos dias seriam marcados por tempos trabalhosos e muito difíceis. Tempos de crise e solidão. Exatamente o que vivemos hoje. E o que Jeremias viveu em seu tempo também.

Com a vida de Jeremias iremos aprender a lidar com as crises. Elas sempre farão parte de nossa caminhada, ou estarão continuamente em nosso encalço. Na verdade, as crises são oportunidades de Deus para estabelecermos projetos gigantescos em nosso favor. Na vida do profeta Jeremias, elas desempenharam uma função motivadora e compulsora. Pois quando os inimigos de Jeremias pensavam que iriam acabar com sua vida, Deus o tomava em força e coragem para revelar sua vontade.

Logicamente, houve choro, desespero e até desilusão por parte do profeta. Mas, Deus sempre mantinha guarda sobre a vida de Jeremias. A vocação de profeta foi dada diretamente por Deus e nada poderia invalidar este projeto. A missão de Jeremias não foi fácil, ele teve que enfrentar desafios gigantes. Os dias do profeta foram amargos, bem mais do que ele gostaria de experimentar. Jeremias não imaginou que sua vida seria radicalmente mudada, pelas palavras de Deus. Ele não imaginava o que caminho espinhoso que o aguardava. Então, a vivenciar tudo isto, experimentou uma verdadeira crise.

Ser profeta em Israel nos dias de Jeremias era uma tarefa pesada. O profeta viveu o abandono de sua família e de sua nação. A solidão foi sua companheira mais fiel. O desamor da família de Jeremias lhe causou dias solitários. A solidão é um veneno que mata. Como foi doloroso para o profeta enfrentar crises e solidão. Mas, ao lermos o livro de Jeremias, teremos uma visão clara. Fazer a vontade do Senhor Jesus Cristo é um grande desafio, porém, vale a pena. Neste caminho aprenderemos coisas grandes e valiosas. Apesar das crises, Jeremias é um exemplo de coragem e de valentia


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 04
Jeremias: suas crises e solidão
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução

Nesta lição estudaremos as crises do profeta Jeremias. Observaremos que em todas as ocasiões, ele corajosamente sustentou a sua fé e convicção no Eterno Deus de Israel.

Vocação: um convite para servir

Deus chamou Jeremias, ainda bem jovem, para uma missão especial e de grande importância, e deu a ele os recursos necessários dos quais careceria para combater os sórdidos ataques dos inimigos. A missão de Jeremias não seria nada fácil. O apóstolo Paulo deixou bem claro como deve agir um servo de Deus: negar-se a si mesmo, perdoar erros, aceitar opinião a ser visionário (Rm 15.1, 6). Servir a Deus é servir aos outros (Gl 5.13). Verdadeiros servos de Deus são prestativos e não egoístas. O profeta Jeremias foi impetuoso na mensagem que o Senhor lhe transmitiu: “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém águas”. (Jr 2.13). As palavras e Jeremias foram pesadas. Ele sabia que Deus o havia blindado dos seus inimigos. Na nossa jornada, seremos mal interpretados, mal compreendidos, mas, quando isso acontecer, deixe que Deus seja o seu defensor, não existe outro. Ninguém jamais possuiu ou possuirá as Suas qualidades (1Jo 2.1).

Deus preveniu o profeta Jeremias das dificuldades que teria pela frente, mas lhe deu plena certeza da presença dEle para orientá-lo a encarar todos os problemas (Jr 1.18-19). Quando falamos que Deus é o nosso juiz, Ele é o julgador das nossas aflições, nosso escudo, nosso defensor que nos protege, pois estamos colocando nossa confiança de maneira imparcial nEle.

A palavra audaciosa do Senhor por intermédio de Jeremias deixou muita gente irritada. Elas não queriam que seus pecados fossem revelados e combatidos (Jr 11.21). A pregação da Palavra de Deus raramente acarreta amizade. Os indivíduos que são alcançados pela mensagem de repreensão do Senhor, na maioria das vezes, apelam a medidas extremas para calar o mensageiro ou para acabar com ele. Os “doutores da lei” entregaram Jesus a Pilatos pelo simples fato de falar a verdade (Jo 19.11). Não foi diferente com Jeremias. O Senhor mostrou para Jeremias que os homens estavam maquinando matá-lo, inclusive pessoas da própria cidade natal dele, Anatote (Jr 11.21). Ao líder não há muito o que fazer quando existe a falta de compreensão de suas mensagens. Jeremias optou por ficar do lado do Senhor, mesmo custando a sua própria vida.

Devemos obedecer a voz de Deus, pois ninguém além dEle sabe o que é perfeito para nós e o que Ele quer é que sejamos felizes, mas, se formos pelo caminho que “achamos” apropriado, sempre iremos quebrar a cara. A bondade de Deus nos ajuda a peregrinar com passos largos. Devemos recorrer a Ele em todos os momentos, entendendo que, no Senhor, somos mais que vitoriosos (Sl 18.50). Necessitamos andar no caminho (Jo 14.6), e praticar o que Deus quer que façamos, caso contrário, as coisas ficam difíceis. “Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”. (Pv 16.25).

Não foi apenas Jeremias que sofreu rejeição da família por fazer a obra do Senhor. O próprio Jesus também sofreu este mal. Seus irmãos diziam que “estava fora de si” (Mc 3.21). Davi era rejeitado pelos próprios de sua casa, seu pai e seus irmãos. Jesse fala de Davi com descaso (1Sm 16.11). O outro exemplo é José, que passa a ser odiado por seus irmãos por Deus ter um chamado especial na vida dele (Gn 37.20).

De acordo com a Palavra de Deus, Jeremias sofreu rejeição por sete classes diferentes de pessoas: seus vizinhos (Jr 11.21); sua própria família (Jr 12.6); os sacerdotes (Jr 20.1-2); seus amigos (Jr 20.10); todo o povo (Jr 26.8); os profetas (Jr 28.10-11); o rei (Jr 36.26). Jeremias, além de ser abandonado por todos, por ser porta-voz da palavra de Deus, foi flagelado, depositado em uma prisão como cativo (Jr 37.15-16), e ainda o colocaram numa cisterna que só tinha lama, onde ficou atolado (Jr 38.6). Apesar de rejeitado por todos, o profeta Jeremias jamais foi abandonado pelo Senhor. Em meio a tantos desgostos e amarguras. Jeremias descobriu singeleza e encanto ao consumir intimamente a Palavra de deus, a qual jamais queria abandonar (Jr 15.16).

Jeremias lamenta sua condição

O livro de Jeremias nos mostra que, enquanto os outros profetas procuravam esconder suas fragilidades, Jeremias deixa bem claro seu estado de sofrimento pelo povo. Ele escreveu seu livro com a alma e o coração, nos dando relatos comoventes de sua vida e de suas crises interiores. A fidelidade a Deus muitas vezes gera perseguição e morte (2 Tm 3.12). Jeremias não entendia a razão pela qual o Senhor havia deixado o caminho dos ímpios prosperarem (Jr 12.1). Somente pessoas que tiveram uma real experiência de conversão a Jesus Cristo e estão firmadas na Palavra de Deus terão a força necessária para prosseguir até o fim desta caminhada. A resposta de Deus ao tormento de Jeremias foi profunda. Deus exortou o profeta Jeremias por ter se afligido por tão pouca coisa: “se fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com cavalos? Se tão somente numa terra de paz estás confiado, que farás na enchente do Jordão?” (Jr 12.5). O apóstolo Paulo, um exemplo de persistência, foi um líder que jamais desistiu ou reclamou de sua missão. Ele foi até o fim de seu objetivo, deixando sua marca por onde passava.

Pelos relatos bíblicos, parece que os indivíduos que são separados por Deus para transmitir a sua Palavra são os que mais sofrem, pois sua sensibilidade ao mal e à injustiça aumenta a níveis quase que insuportáveis. Ao abordar as dores assumidas por Paulo, deve-se dizer que ele suportou uma autêntica angustia, causada por algo que era maior que suas dores: seu amor por Cristo! As maiores dores na presente vida não o fizeram calar um só segundo. As marcas de Cristo estavam presentes em seu corpo, mas, principalmente, em seu coração.

Jeremias, como qualquer indivíduo, não se sentiu confortável em ser excluído de todo o contexto social (Jr 15.17). O fato de estar sempre sozinho fez com que Jeremias se voltasse contra o Senhor, dizendo: “Porque dura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói e não admite cura? Seria tu para mim como ilusório ribeiro e como águas inconstantes?” (Jr 15.18). Antes, Jeremias havia dito que Deus era “manancial de águas vivas” (Jr 2.13), mas agora o chamou de riacho seco. Um dos grandes testes em atender ao chamado de Deus em tempos difíceis é como você lida com seus conflitos.

Chegando a idade de se casar, Deus vetou Jeremias de fazê-lo (Jr 16.1-4). O principal motivo da proibição se deu pelo fato de que não havia futuro imediato para Judá. O ministério do profeta Jeremias não foi fácil. Ele passou por crises existenciais em busca de respostas para os seus questionamentos. A narrativa a respeito deste profeta apresenta o retrato de um grande homem que, no entanto, experimentou o medo e desespero. Jeremias servia a Deus com toda devoção e, quando se encontrava sem forças, recorria ao Senhor.

Deus nunca chamou alguém para ser um fracassado. Quando chama, Ele arca com todas as necessidades de quem chamou: “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fara.” (Sl 37.5). Jeremias sabia que precisava colocar sua confiança em Deus: “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada junto as águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se afadiga nem deixa de dar fruto.” (Jr 17.7-8).

Podemos extrair muitos ensinamentos estudando a vida do profeta Jeremias. Ele era um homem com uma mensagem ríspida, mas de coração afetuoso e humilhado. Sua angustia crescia à medida que a Palavra de Deus era rejeitada por todos à sua volta.

Vale a pena confiar em Deus

O profeta Jeremias nos inspira a confiar somente no Senhor e nos orienta a desenvolver um relacionamento íntimo com Deus, que requer de nós uma adoração perfeita (Jr 17.7). Quando buscamos nas escrituras alguma pessoa que se encaixe em uma vida de lealdade ao Senhor, nossos olhos incidem sobre a vida do profeta Jeremias. Os Heróis da fé tiveram algum pecado narrado em sua biografia: Abraão mentiu; Isaque cometeu o mesmo pecado do pai, Abraão; Jacó enganou; Moisés matou, Davi adulterou e Pedro blasfemou. Diferentemente destes homens, Jeremias teve a sua trajetória marcada por chorar pelo povo. Mesmo observando várias vezes seu íntimo sendo tomado por intensa agonia, Jeremias nunca se afastou do caminho desenhado para ele por Deus.

O profeta Isaías nos adverte a confiar somente no Deus de Israel: “Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.” (Is 26.4). Provérbios 22.1 diz: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e o ouro.”. O profeta Jeremias teve sua visa exposta na Bíblia e não encontramos nada que desabone a sua conduta. Não sirva de fiador a ninguém. O cristão tem que ter nome limpo na praça (Pv 6.1, 4; 2Tm 2.15).

Jeremias talvez fosse um pouco infantil, sem maldade, pois confiava demais nos outros e não notava que eles maquinavam contra ele (Jr 11.19). Talvez seja esta a razão porque apanhava e sofria (Jr 15.10). O próprio Deus advertiu, dizendo: “Não te fies neles, ainda que te digam coisas boas.” (Jr 12.6). Com este alerta, Jeremias aprendeu que não poderia confiar nos seus irmãos e na casa do seu pai. Para obter o sucesso na sua chamada, ele aprendeu que sua vitória estava em obedecer a voz do de Deus: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor.” (Jr 17.5).

Somos abençoados quando depositamos nossa confiança em Deus. Somos comparados a uma árvore plantada junto às águas que suas raízes se estendem para o ribeiro e que, mesmo vindo o calor e a sequidão, a folha fica verde, e não deixa de dar fruto e prosperar (Jr 17.8).

O profeta Jeremias mostrou um espírito de inteira dependência ao Senhor. Ao receber a missão profética, sabia que precisaria viver conforme a vontade divina. Uma maneira exemplar de dependência total ao Senhor foi a compra de um terreno de seu primo em Jerusalém, mesmo quando já havia profetizado a destruição daquela cidade (Jr 32.6-9). Com este ato, Jeremias demonstra sua absoluta confiança em Deus. O profeta tinha convicção de que o Senhor restabeleceria aquela nação. A confiança de estar nas mãos de Deus é uma das características de uma pessoa que atende ao chamado do Senhor.

Judá estava rodeada pelo inimigo. Seu aniquilamento era uma questão de dias. Em meio esta desordem, Jeremias compara do seu primo Hananel um terreno na cidade de Ananote. Deus deu ao povo, através da compra da propriedade por meio de Jeremias, uma esperança: “E comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: Está deserta, sem homens nem animais; Está dada nas mãos dos caldeus” (Jr 32.43).

Conclusão

O relacionamento do profeta Jeremias com Deus vinha em primeiro lugar. Depois vinha o árduo compromisso de anunciar a Palavra de Deus ao seu povo. Porém, tal atitude não o tornava muito popular entre o povo de Israel.




Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 23 de abril de 2017, da Escola Bíblica Dominical.